Ministério Público dialoga com BRF e Minuano, e paralisação de atividades pode ser menor do que os 15 dias

Promotor Sérgio Diefenbach diz que o MP está em conversas com as empresas para estabelecerem protocolos de segurança para os trabalhadores.


0
Foto: Arquivo / Divulgação

O promotor de Justiça Sérgio Diefenbach, que ajuizou as ações civis públicas pedindo a suspensão das atividades da BRF e da Minuano por 15 dias, disse na tarde desta quinta-feira (14) que o Ministério Público em Lajeado está em tratativas com as duas empresas. Conforme ele, o objetivo em comum é “buscar a proteção das pessoas e verificar a possibilidade de retorno da produção”. Questionado se o retorno das atividades pode ocorrer antes dos 15 dias, Diefenbach responde que “é possível, com algumas cautelas, alguns investimentos não se descarta”. Ele não dá mais detalhes das conversas.


ouça a entrevista

 


O promotor procurou não rebater as notas públicas divulgadas pelas duas empresas, com críticas às ações judicias de paralisação das plantas industriais. “As ações judiciais têm fundamentos sólidos”, destaca Diefenbach. “Por conta disso, não pretendemos entrar em nenhum debate em termos de notas públicas”, diz. “Confesso que nem sequer vi completamente a nota pública emitida pela Minuano, até porque esta questão está judicializada e nós falamos dentro do processo”, explicou o promotor.

Sobre o principal argumento da empresa, de que não há um registro de coronavírus entre funcionários da Minuano há 18 dias, Diefenbach afirma que “não é um gráfico dizendo quando foi a última vez que houve a internação de um paciente da Minuano que vai decidir o reflexo de toda uma cadeia de ações que devem ser feitas, entre elas a testagem desses trabalhadores, afastamento, distanciamento e proteção social dessas famílias”.

“É importante lembrar que nós temos um adversário comum, e esse adversário é o vírus. Não somos entre nós os adversários”, destaca.

De acordo com ele, o Ministério Público age com o objetivo principal de proteção da saúde pública. “Nós estamos tentando contribuir para que não piore a situação e que se consiga ter uma garantia mínima de freio em números que não são agradáveis para Lajeado e região”, comenta, em referência ao número de casos de coronavírus no município.

Texto: Tiago Silva
web@independente.com.br

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui