Um ano e meio após o início da pandemia de covid-19, o número de pessoas que morre de fome está ultrapassando o de vítimas do coronavírus, afirmou nesta sexta-feira (09/09) a organização humanitária Oxfam.
Segundo relatório elaborado pela ONG internacional, estima-se que atualmente 11 pessoas morram de fome por minuto. “Esse número supera a atual taxa de mortalidade pandêmica, que é de sete pessoas por minuto”, aponta a ONG.
Cerca de 155 milhões de indivíduos vivem atualmente sob níveis extremos de insegurança alimentar, 20 milhões a mais do que no ano passado, aponta o relatório, intitulado “O vírus da fome se multiplica”. O número de pessoas que vivem em condições de fome estrutural aumentou cinco vezes desde que a pandemia começou, para mais de 520 mil.
A ONG calcula ainda que, até o final de 2021, cerca de 12 mil pessoas poderão morrer diariamente de fome associada à pandemia, potencialmente mais do que os óbitos pela própria covid-19.
“O pior ainda está por vir, a menos que governos enfrentem com urgência a insegurança alimentar e suas raízes”, alertou a organização em comunicado.
“As estatísticas são chocantes, mas devemos lembrar que esses números são compostos por indivíduos enfrentando sofrimentos inimagináveis. Uma única pessoa já seria demais”, disse a presidente e diretora executiva da Oxfam America, Abby Maxman.
Eixos da fome
A Oxfam listou os países que considera serem mais vulneráveis à fome no mundo e onde a crise alimentar já existente foi agravada pela pandemia do coronavírus. Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul, Síria e Iêmen – todos dilacerados por conflitos – viram aumentar os níveis extremos de fome desde o ano passado, diz o relatório.
Fonte: DW