O leite, a “fakeflação” e o “engana bobo”

Com a crise, algumas empresas estão procurando colocar no mercado produtos alternativos


2
Foto: Freepik

A inflação não está acontecendo só no Brasil e sim no mundo todo. Isto tem repercutido no consumidor, mas há algumas coisas a mais.
Em junho, falamos da “reduflação” e sobre a diminuição do tamanho e peso de alguns produtos. Agora aparece a “fakeflação”.

Com a crise, algumas empresas estão procurando colocar no mercado produtos alternativos. Como o leite deu uma disparada no preço, vamos abordar alguns cuidados para o consumidor. Não que estes produtos sejam ilegais e/ou que vão fazer mal a quem consome. E sim a forma que está sendo colocado no mercado.

Mesmo que as empresas digam que estão colocando as informações no rótulo elas estão confundindo os compradores. As embalagens são muito parecidas e as informações diminutas. O verdadeiro “engana bobo”, chamado de similares, chegando a custar menos de 30% do valor no mercado.

A Nestle lançou o leite condensado (Moça para toda a família) composto de leite, soro de leite e amido que é uma mistura láctea condensada, semelhante ao produto tradicional. Mais barato e embalagem parecida, mas quem faz doce não consegue chegar no ponto desejado. Já foi chamada atenção e vai modificar o rótulo.

Tem leite UHT de caixinha com 60% de soro na composição, mais barato no mercado, mas não é leite completo como deveria, alterando desta forma sua qualidade alimentar.

Além desses, há o creme de leite com soro de leite e amido, o leite em pó como composto lácteo e o leite em pó desnatado, também como composto lácteo.

O iogurte é um produto e a bebida láctea é outro. A bebida láctea é feita com mistura de ingredientes de soro de leite, leite reconstituído, próprio leite e podendo ser acrescentado açúcar, chocolate e outras frutas. Há no mercado bebidas lácteas com 40% de soro em embalagens semelhantes. E são diversas marcas. Só para alertar: o leite de amêndoas, coco, arroz, soja, aveia não são leites e sim bebidas vegetais valendo o mesmo para leite vegano.

Com os queijos não tem sido diferente. O queijo contém apenas proteína e gordura de base láctea (leite). Mas acontece que estão no mercado alguns produtos considerados alternativos/similares feitos com outros produtos, mesmo que alguns tenham um pouco de leite ou derivados. Eles têm sido utilizados para fabricação de pizzas, em lanchonetes, fast food, produtos congelados, refeições pré-prontas, molho de queijo e outros.

Entrando no mercado tem ocupado o espaço dos queijos verdadeiros e já são encontrados similares de mozarela, parmesão, coalho, minas frescal, requeijão cremoso e etc. Lendo o rótulo, as pessoas vão encontrar “sabor requeijão”, “sabor mozarela” e assim por diante.

Repito não estão ilegais, mas a crítica fica pela forma como estão sendo apresentado ao consumidor. Se procurarem na internet terão muitos exemplos e de diversas marcas. O Código de Defesa do Consumidor considera propaganda enganosa. Os fiscais e o Procon já estão agindo para as mudanças. Fica o alerta para nós consumidores aprendermos a ler os rótulos e interpretarmos o que está escrito. Aliás um trabalho muito bem feito pelas nutricionistas: ensinar a interpretar o rótulo.

Pelo sim, pelo não, apostem nos leites de nossas cooperativas (Dália, Languiru), leite A de saquinho Estrelat , pequenas empresas de laticínios conhecidos e verdadeiros. Vamos ser um pouco bairristas, valorizando nossos produtores familiares

2 Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui