Palestino que escalou parede de hospital roubou corpo de mãe para enterro

Jihad Al-Suwaiti, que viralizou ao escalar parede de hospital para ver sua mãe, conta que ela não queria ser enterrada em um saco plástico, procedimento padrão para as vítimas da Covid-19. Por isso, com ajuda de outros familiares, ele levou seu cadáver embora ilegalmente.


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Jihad Al-Suwaiti após escalar até janela de hospital para ver sua mãe doente, internada com Covid-19, em julho (Foto: Reprodução/Twitter/Mohamad Safa)

A imagem do palestino Jihad Al-Suwaiti, de 32 anos, sentado na janela de um hospital na Cisjordânia rodou o mundo em julho. Ele escalava o prédio todos os dias para conseguir ver sua mãe, internada com Covid-19.

Depois que Rasmiye Al-Suwaiti, de 73 anos, morreu da doença, em julho, Jihad e seus irmãos tiveram uma atitude ousada — e ilegal. Eles roubaram o corpo da mulher após serem informados pela equipe do hospital que ele não seria entregue à família. As informações são da rede NBC.

Jihad contou que irmãos, sobrinhos e amigos chegaram em sete carros diferentes para distrair e confundir os motoristas das ambulâncias que os perseguiram depois do roubo do corpo de sua mãe.

O plano deu certo. As ambulâncias não conseguiram identificar em qual carro o corpo estava e os irmãos o levaram de volta para Beit Awwa, no sul da Cisjordânia.

Tarek al Barbarawi, diretor do hospital Alia em Hebron, onde Rasmiye estava sendo tratada, afirmou à NBC que o corpo foi roubado porque seus filhos não queriam que ele fosse embrulhado em plástico.

“Ela disse: ‘Se eu morrer por causa desta doença, não me enterre em um saco plástico! ‘”, confirmou Jihad, o mais novo de seus nove filhos.
“Eu a segurei com minhas próprias mãos, cavei sua sepultura e a enterrei do jeito que ela me pediu”, disse.

A tradição muçulmana diz que os mortos devem ser enterrados o mais rápido possível, com o corpo envolto em uma mortalha branca.

Com a pandemia de Covid-19, no entanto, novos decretos foram criados para lidar com os mortos pela doença nos enterros muçulmanos, de acordo com o xeque Muhammad Hussein, Grande Mufti de Jerusalém e Territórios Palestinos.

“Esta é uma regra de necessidade e as necessidades permitem proibições, portanto, o falecido não é lavado, nem coberto e é enterrado em um saco plástico”, disse Hussein à agência Reuters.

A morte de Rasmiye aconteceu em julho e, até agora, Jihad não sofreu punição por infringir a lei e colocar outros em risco.

Fonte: G1

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