Para Lopes, projeção turística justifica comércio aberto aos domingos; Ranzi contrapõe: “infraestrutura de Lajeado não é feita para isso”

Buscando esclarecer à comunidade os pontos de divergência da proposta, a Rádio Independente proporcionou mais uma vez o debate entre representantes do povo. Liberdade para o comércio decidir se abre ou não aos domingos e feriados, pode ser votado na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (28)


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Vereadores Carlos Eduardo Ranzi e Mozart Lopes debatem sobre a abertura do comércio aos domingos em Lajeado (Fotos: Rodrigo Gallas)

O projeto de origem do Executivo de Lajeado, que permite a liberdade do comércio decidir se abre ou não aos domingos e feriados, pode ser votado na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (28). Buscando esclarecer à comunidade os pontos de divergência da proposta, a Rádio Independente proporcionou mais uma vez o debate entre representantes do povo. Participaram os vereadores: Carlos Eduardo Ranzi (MDB), que é contra a proposta, e Mozart Lopes (PP), a favor.


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Para Lopes, a possibilidade de abertura se faz necessária devido ao novo momento vivido no Vale do Taquari. “O Cristo, em Encantado; a Havan, em Lajeado [..]; o momento da região é ímpar para o turismo. Nunca o governo do Estado esteve conversando com as entidades, como agora, para propor um turismo da região”, destaca Lopez ao pontuar que as pessoas virão a Lajeado com o fomento turístico regional.

Ranzi contrapõe e diz achar engraçado pensar que “estão utilizando de muleta a existência de turismo avançando em outros município [..]. “Não adianta pegar carona se você não se projetou para isso. A infraestrutura de Lajeado não é feita para isso.”

O vereador da base governista afirma que o comerciário não precisará trabalhar todos os domingos, apenas, se dá a opção para que possa haver uma negociação para trabalhar quando for conveniente. “Quando dizem que o trabalhador é escravo dos empresários, isso não é vereador. É o empresário que é escravo do sindicato. O que nós queremos é liberdade econômica, que as pessoas possam trabalhar aos domingos respeitando a CLT. É óbvio que o domingo vale mais que uma segunda. Haverá uma compensação em uma negociação entre empresário e trabalhador”, argumenta o progressista.

Lopes reforça seu argumento ao trazer números sobre a abertura do comércio aos domingos e feriados em outras cidades. “Não é possível que Lajeado, entre 495 municípios do Rio Grande do Sul, apenas ele e, mais três, seja refém desta lei retrógrada, atrasada, que está emperrando o desenvolvimento.”

O legislador da oposição diverge: “Eles falam que não vai precisar abrir, mas a Casas Bahia tá aí e vai abrir. Daqui a pouco vai chegar a Magazine Luiza e vai abrir. Aí a Lojas Becker vão ficar fechada?” Indaga. O emedebista diz que quem está votando contra escuta a população. “Representar a comunidade é um dos pilares do legislativo. A comunidade não quer trabalhar no domingo.”

“A população ta se sentindo confortável, aí chega um projeto desses atirado pelo poder Executivo pra Câmara para os vereadores se digladiarem”, reclama. Ranzi destaca que Lajeado é umas das melhores cidades no quesito de qualidade de vida. Para ele, a não obrigação do povo trabalhar em domingos e feriados é um dos pontos que projetam o município a este posto. Ainda, enaltece a boa saúde econômica do município, que vem em crescente desenvolvimento, mesmo sem tal obrigação.

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Texto: Rodrigo Gallas
web@independente.com.br

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