Pediatra defende retorno das aulas pela Educação Infantil

"Não temos relatos de transmissão desta faixa etária. Então tem um pouquinho mais de segurança pra iniciar pela baixa idade. Acho que o Estado avaliou isso", analisa Suzana Elesbão de Borba Suzana. Escolas privadas de Educação Infantil retomam atendimento nesta terça (15) em Lajeado.


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Pediatra Suzana Elesbão de Borba (Foto: Rdorigo Gallas)

A pediatra Suzana Elesbão de Borba defende o retorno das aulas pela Educação Infantil, conforme calendário proposto pelo Governo do Estado. Em Lajeado, cerca de 200 crianças, de nove escolas privadas específicas, devem retomar as atividades nesta terça-feira (15). A rede pública retomará o atendimento às crianças em outubro. “Não tem relatos de transmissão desta faixa etária. Então tem um pouquinho mais de segurança pra iniciar pela baixa idade. Acho que o Estado avaliou isso”, analisa Suzana.


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A pediatra argumenta que as crianças não são do grupo de risco e, também, por isso, entende ser necessário liberar o retorno gradual, com cuidados. “A volta não é obrigatória. As crianças que puderem ficar em casa podem ficar”, orienta.

Segundo a pediatra, há crianças de oito, nove e dez anos que estão ficando sozinhas, porque os pais não tem onde deixá-las. Outras estão ficando com professores. Esta é a realidade da maioria. “O que não é adequado”, afirma Suzana. “O que estava acontecendo é que essas crianças estavam sendo deixadas em creches clandestinas. A gente não pode botar uma viseira e fechar os olhos pra isso, porque aí, a gente não está pensando nas crianças”, define.

Suzana acredita que o Estado também pensa na volta das mães ao trabalho, pois há mulheres que estão deixando de desempenhar sua função profissional para ficar em casa com seus filhos.

“A gente sabe que o contágio pode acontecer. As crianças podem ficar doentes, mas elas não desenvolvem o quadro grave da Covid-19. Elas fazem uma doença inflamatória sistêmica que é raríssima. Se a gente pensar que as crianças não podem pegar coronavírus, porque podem desenvolver esta síndrome, é praticamente dizer que elas não podem mais ir pro colégio, porque podem pegar uma meningite”, explica e reforça: “as doenças sempre existiram e sempre foram graves para as crianças e a gente não tirou elas das escolas por isso.”

Transmissão em adultos jovens

Já para os adultos jovens a taxa de transmissão é alta. “Então se tu colocar 50, 60 universitários numa sala e não tiver uma ventilação adequada o risco de contágio vai ser muito grande. É neste sentido que foi optado pelos pequenos”, comenta Suzana que também defende o retorno dos demais alunos de forma gradual. “Na minha maneira de ver, o Ensino Médio deveria voltar sim. Pelas perda relacionadas a faixa etária de vestibular e formação, que é uma perda muito importante.”

Nesta caso, a pediatra reforça a orientação de que os professores do grupo de risco devem ficar em casa dando aulas de forma online.

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Calendário proposto pelo Estado

Apresentado às associações regionais dos municípios do Rio Grande do Sul no dia 2 de setembro, o calendário do Estado para retorno gradual das atividades prevê o início pela Educação Infantil, com permissão desde o dia 8 de setembro; seguindo com Ensino Superior e Ensino Médio, 21 de setembro; Ensino Fundamental/anos finais, 28 de outubro; e Ensino Fundamental/anos iniciais, 12 de novembro.

A ocupação das salas deve ser de 50% e as medidas sanitárias como distanciamento e uso de máscara deverão ser observadas. Os pais que mandarem os filhos ao colégio precisarão assinar termo de responsabilidade.

Texto: Rodrigo Gallas
web@independente.com.br

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