Piscicultura e a pouca chuva

Os viveiros da região com finalidade de criação de peixes, com as poucas chuvas também estão se ressentindo.


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Foto: Divulgação

Os viveiros da região com finalidade de criação de peixes, com as poucas chuvas também estão se ressentindo. Os níveis baixam e o peixes precisam de mais espaço e oxigênio. Acrescenta a isto as altas temperaturas e ainda o vento que aumenta a evaporação e aquecimento da água. Acontece o que é chamado de “estresse térmico”, inclusive causando a mortandade de peixes.

As informações que repasso foram obtidas com o Zootecnista João Sampaio e sua equipe da EMATER a quem agradeço.

Cada espécie de peixe tem sua melhor faixa de temperatura para se desenvolver. Quando sai dela, para mais ou para menos, altera seu metabolismo, diminuem seu crescimento e podem até morrer. Para os peixes mais criados entre nós; carpas, tilápia, jundiá, traíra e lambari fica entre 24°C e 28°C.

As algas verdes fazem durante o dia a fotossíntese com a luz solar liberando oxigênio dissolvido na água. O ideal é de 5 a 8 mg/l, quantia esta que possibilita uma sobra para os peixes respirarem a noite. Se não tiver esta quantidade e o aumento de temperatura da água vai faltar oxigênio, melhorando ao nascer o dia com o sol. Quando isto acontece os peixes se acumulam, quando a água de reposição vem do alto ao redor da entrada por que ali tem mais oxigênio. Quando não tem entrada de água ficam na superfície com a boca para cima querendo “beber” oxigênio. Quando a quantidade de oxigênio chegar ao redor de 1,5 mg/l inicia a mortandade.

Nestas condições os peixes praticamente não comem e deve-se ter cuidado para que a sobra de alimentos não vire material orgânico decompondo-se exigindo ainda mais oxigênio, piorando a situação.

A observação da água é muito importante. Se ela estiver verde e for possível enxergar até 30 cm de profundidade, o viveiro comporta até 1 kg de peixe por metro quadrado de superfície, considerando 1,2 m de média de profundidade. Se tiver menos que 30 cm será preciso trocar a água ou retirar parte dos peixes. Outra alternativa será o uso de sistema artificial de oxigenação e combinar com a redução de alimentação. Se gosta de inventar procure na internet” aerador caseiro” tem sugestões interessante. Se funciona não sei. É possível também comprar no comércio, há vários modelos.

A criação de peixes requer o acompanhamento diário nestes períodos de dificuldades. É preciso conhecer o viveiro no seu tamanho e profundidade para ajudar a fazer os cálculos e manejar adequadamente. A medição a cada 15 dias do Ph, que deve estar ao redor de 7,0, dá uma boa informação das condições do viveiro. Se baixar é recomendado a correção com calcário tipo Fuller.

Está com problemas na criação procure a EMATER. Os profissionais têm informações para te ajudar. Não se mete de “pato a ganso”, que também gostam de água. Fazendo uma coisa errada pode complicar mais ainda. A semana santa está logo aí.

Por Nilo Cortez

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