Porco, de vilão a herói

Atualmente, o Brasil possui o terceiro maior rebanho do mundo, com cerca de 33.000.000 de cabeças


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Foto: Ilustrativa / Pixabay

Os porcos foram domesticados na Mesopotâmia por volta de 13.000 aC. E foram também os primeiros animais domesticados na China antiga, há cerca de 10.000 anos. Eles não só tinham valor como alimento, mas também se tornaram uma influência cultural significativa. Os ossos de porcos foram encontrados em túmulos e acredita-se que representem um sinal de riqueza. Os porcos eram usados não apenas como alimento, mas também em rituais religiosos como animais de sacrifício. O calendário chinês incluía o porco entre os 12 animais usados para representar os traços da humanidade.

A carne suína continua sendo tão importante na China hoje, tanto culturalmente quanto como fonte de alimento. Na verdade, o país continua sendo o maior consumidor e importador de carne suína do mundo.

Os porcos eram considerados animais impuros pelos egípcios. Em primeiro lugar, se um egípcio toca um porco de passagem, ele vai até o rio e mergulha nele, vestido como está; e, em segundo lugar, os pastores de porcos, embora egípcios nativos, são os únicos de todos os homens proibidos de entrar em qualquer templo egípcio.

Conta-se que na Babilônia, uma das cidades mais antigas do mundo, os porcos andavam soltos, com o objetivo de consumir os restos de alimentos e o lixo depositado nas ruas.

Para os judeus, o livro de Levítico do Antigo Testamento, capítulo 11, estabelece como um animal deve ser para ser “kosher” (isto é, apto para comer para aqueles que seguem o judaísmo). Primeiro, eles devem ruminar, o que significa “mastigar mais comida parcialmente digerida”. Em segundo lugar, eles devem ter cascos divididos. “E o porco, embora tenha o casco dividido, não rumina; portanto é impuro para você. Você não deve comer sua carne ou tocar em suas carcaças.”

Medico e gourmet Marcos Frank fala sobre culinária nas sextas-feira no quadro “Direto Ao Ponto” (Foto: Divulgação)

Da mesma forma o livro sagrado do Islã, o Alcorão, versículos 5, 3, fornece uma proibição semelhante. “Proibidos para vocês estão os animais mortos, o sangue, a carne de suíno e aquilo que foi dedicado a outro que não seja Alá.”

Isso levanta a questão sobre o por quê da falta de proibição no cristianismo de comer carne de porco. Se o judaísmo e o islamismo proíbem o consumo de carne de porco, por que isso não só é permitido pelo cristianismo, mas também se tornou amado em certas áreas onde vivem os cristãos? São Paulo se refere a isso no livro de Atos, capítulo 10, versículos 13 a 15, onde ele narra o discípulo Pedro sendo instruído:

“13 Então uma voz lhe disse: ‘Levante-se, Pedro. Mate e coma.
14 ‘Certamente não, Senhor!’ Peter respondeu. ‘Eu nunca comi nada impuro ou impuro.’
15 A voz falou-lhe uma segunda vez: ‘Não chame nada de impuro que Deus purificou.’ ”

De um ponto de vista mais cultural, assim como seguir essas restrições alimentares provou ser um identificador tanto para o judaísmo quanto para o islamismo, não segui-las era visto pelos primeiros cristãos como uma forma de marcar suas diferenças em relação às duas outras religiões monoteístas.

Isso ficou claro na Espanha, que ocupada pelos islâmicos e portanto proibidos de comer carne de porco, o faziam como ato de resistência e mais tarde para identificar judeus e muçulmanos que haviam falsamente se convertido ao Cristianismo. Mais tarde, em 13 de outubro de 1493, quando Colombo partiu em sua segunda viagem ao Novo Mundo, ele levou gado, cavalos e porcos.

Os porcos chegaram ao Brasil a partir de 1532, trazidos por Martim Afonso de Souza. Provenientes de raças derivadas dos javalis europeus do tipo ibérico e asiáticos, sobretudo da Índia, logo se adaptaram ao clima tropical e permitiram aos criadores o desenvolvimento de raças próprias.

Atualmente, o Brasil possui o terceiro maior rebanho do mundo, com cerca de 33.000.000 de cabeças, o que representa 3,4% da população mundial, sendo criados especialmente nos estados do sul, sendo o Vale do Taquari um importante polo produtor.

Costelinha ao molho barbecue de goiaba

Ingredientes

  • 2 quilos de costelinha suína fresca
  • 100 ml de shoyu
  • 5 dentes alhos amassados
  • 1 colher (sopa) de tomilho fresco picado
  • 1 colher (sopa) de alecrim fresco picado
  • 3 colheres (sopa) de óleo de canola
  • ½ cebola média bem picada
  • Sal a gosto

Molho

  • 200 gramas de goiabada cascão
  • 50 gramas de manteiga
  • 30 ml mostarda
  • 50 gramas de cebola bem picada
  • 100 ml de shoyu

Modo de preparo

Misture tudo em um recipiente e reserve.

Tempere a costelinha com sal e pimenta suave, esfregue esse tempero na costelinha e reserve por mais ou menos 4 horas, virando sempre.

Leve ao forno a 170ºC por 2 horas, virando de duas a três vezes, até ficar bem dourada. Reserve.

Molho


Derreta a manteiga, junte a cebola, sempre mexendo, junte a goiabada, acrescente a mostarda e o shoyu e deixe derreter até formar um creme.

Montagem


Tire do forno e retire o papel alumínio, corte e monte em uma travessa.
Coloque o molho por cima

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