Pré-candidatos ao governo do RS apresentam propostas em assembleia da Famurs

Projetos para combater a estiagem, mais geração de emprego, desenvolvimento e educação nortearam o painel que contou com nove participantes nesta quinta, em Torres


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Painel contou com nove participantes (Foto: Ricardo Sander)

O primeiro painel com os pré-candidatos ao governo do RS nas eleições de 2022 foi realizado na tarde desta quinta-feira (24), na Sociedade dos Amigos da Praia de Torres (Sapt), no litoral norte gaúcho. No local está sendo realizada a Assembleia de Verão da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Cerca de 700 pessoas passaram pelo local ao longo do dia, quando outras atividades foram realizadas. Muitos prefeitos, vice-prefeitos, primeiras damas e vereadores acompanham a programação.

O ponto alto foi justamente o painel no qual os participantes expuseram seus projetos, caso sejam eleitos ao Palácio Piratini. Dos nove convidados seis são pré-candidatos de seus partidos: Beto Albuquerque (PSB), Edegar Pretto (PT), Luiz Carlos Heinze (PP), Marco Della Nina (Patriota), Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) e Roberto Argenta (PSC). Luiz Carlos Busato, que tem pretensões de concorrer, representou o União Brasil e Ciro Simoni (PDT) e Vimar Zanchin (MDB) deixaram claro que apenas representaram seus partidos, por ainda não haver nomes definidos. Onyx Lorenzoni (PL) havia confirmado presença, mas não compareceu ao evento. Segundo a Famurs, todos os partidos foram convidados.

O painel foi dividido em três blocos, com apresentação, resposta de um tema sorteado e considerações finais. Não houve pergunta entre os participantes, pois a ideia não era gerar um debate. Um ou outro candidato foi mais aplaudido, mas não houve vaias por parte da plateia para nenhum dos pré-candidatos.

Heinze (PP) (Foto: Ricardo Sander)

Pelo sorteio, o primeiro a falar foi Luiz Carlos Heinze (PP). O senador enalteceu a recuperação financeira do Estado nos governos Sartori e Leite, porém ressaltou que a dívida com a União continua aberta e não tem sido paga. Ele destacou o projeto de construção de um novo porto no Rio Grande do Sul, em Arroio do Sal, e disse que por isso tem até criados inimizades. Heinze afirmou que todas as regiões deverão ser incentivadas de acordo com a sua realidade e que seu governo gerará empregos. Defendeu mais educação tecnologia e criação de startups.

Argenta ((PSC) (Foto: Ricardo Sander)

Roberto Argenta (PSC) disse que será o governador do emprego. “Porque o emprego garante o presente e a educação garante o futuro”, disse o dono da Calçados Beira-Rio. Afirmou que o governo precisa segurar os investidores no Rio Grande do Sul e não deixar que saiam. Se comprometeu a reduzir pela metade o número de secretarias e a criar a Secretaria da Irrigação. Tem como meta de governo também vender os 14 mil imóveis desativados do governo para fazer novos investimentos. Sobre educação, defendeu a qualificação e valorização dos professores, bem como deixar as escolas em boas condições de uso. “Temos que demonstrar com exemplos práticos, como paredes pintadas, janelas inteiras e grama cortada.”

Zanchin (MDB) (Foto: Ricardo Sander)

O deputado estadual Vilmar Zanchin disse que o MDB é municipalista. Elogiou os quatro governos do MDB na história do Rio Grande do Sul, principalmente a gestão de Sartori que, segundo ele tomou medidas corajosas, como as reformas da previdência e administrativa. “E agora estamos tendo investimentos como há muito tempo não se via. Vamos progredir nesta transformação”, citou. A respeito do trânsito, disse que o modelo de transporte rodoviário merece uma atenção. “Certamente nosso candidato terá um capítulo especial para isso”. No domingo, o MDB definirá o deputado estadual Gabriel Souza como pré-candidato da sigla.

Nina (Patriota) (Foto: Ricardo Sander)

Marco Della Nina (Patriota) foi o mais enfático. O líder comunitário disse que tem pouca experiência na política, mas que é legítimo e que representa o povo para fazer a mudança necessária. Disse que é preciso reduzir o ICMS, criar escolas com turno integral e ser contra as privatizações, como a da Corsan. “Se eu for eleito, no primeiro dia todos os CCs serão demitidos” prometeu. Sobre o Meio Ambiente ressaltou que quem mais sabe sobre o tema são os prefeitos e que não se pode trancar o desenvolvimento por conta de burocracia. Vamos agilizar os licenciamentos”, frisou.

Busato (União) (Foto: Ricardo Sander)

Luiz Carlos Busato (União) fez questão de elogiar a atual administração de Eduardo Leite, da qual faz parte como secretário de Articulação e Apoio aos Municípios. “Não podemos jogar por terra todas as melhorias que o governo Leite/Ranolfo fez”, frisou. Ele ressaltou, no entanto, que é preciso um planejamento mais eficaz para combater ou diminuir os efeitos da estiagem. Quando respondeu sobre assistência social, disse que “o maior auxílio que podemos dar para a população carente é emprego e educação”.

Beto Albuquerque (PSB) focou na educação. Disse que o Rio Grande do Sul é o primeiro estado em evasão escolar na rede estadual. “De 1,5 milhão de estudantes há dez anos, hoje temos 780 mil. Para onde vamos se não fizermos o pacto pela educação? Educação é tudo e precisamos reerguê-la.” Ele também se mostrou preocupado com a estiagem e disse que “chegou a hora de inaugurarmos pessoas e descentralizarmos os investimentos”. Conforme Albuquerque há 40 anos os agricultores convivem com as secas e isso precisa mudar. “A agricultura familiar precisa de cisternas e micro-açudes. E o Estado é quem tem que emprestar o dinheiro para isso”, defendeu.

Pretto (PT) (Foto: Ricardo Sander)

Edegar Pretto (PT) disse que está com a incumbência de preparar o palanque para o futuro presidente do Brasil, Lula. Disse que se for eleito, fará um governo sem preconceito, sem rancor “porque o povo que desenvolvimento e não briga”. Também destacou que estabelecerá um diálogo franco e transparente com os prefeitos. Pretto disse que construirá o Conselho das Cidades e que voltará a fazer concurso público na área da segurança.

Simoni (PDT) (Foto: Ricardo Sander)

Ciro Simoni representou o PDT e disse que todos os partidários pensam num único nome para concorrer. “Dez entre dez querem Romildo Bolzan como candidato.” Porém o presidente do Grêmio continua à frente do clube e tem negado o interesse em disputar o Piratini. Conforme Simoni, o PDT vai ouvir toda a comunidade e que quer “trazer de volta o compromisso com o desenvolvimento.

Ranolfo (PSDB) (Foto: Ricardo Sander)

E o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) fez questão de mostrar a evolução do Estado através do atual governo. “Há quatro anos era o pior momento da economia do RS, com mais de três anos de salários atrasados e hoje temos o Avançar, com R$ 5,6 bilhões de investimentos”, frisou. Ao responder sobre o turismo disse que o Avançar Turismo destinou R$ 200 milhões, mais do que foi investido nos últimos 200 anos nesta área. Ele disse ter duas áreas prioritárias: educação e desenvolvimento econômico. “Quero dar sequência a tudo que vem sendo feito. Tenho muita energia para fazer muito mais”, enfatizou.

Ao fim do painel, o presidente da Famurs e prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, mostrou-se satisfeito com a programação. “Todos eles demonstraram compromisso com o municipalismo. Vieram, trouxeram sua palavra e é isso que nós queremos. Que todos tenham a oportunidade de demonstrarem que estão alinhados com os municípios, porque é nos municípios que a vida acontece”, disse. “E já se da um start para que a população fique atenta porque nós vamos definir a administração do nosso estado e do país que vão dar as diretrizes pelos próximos quatro anos”, completou.

Bonotto (Foto: Ricardo Sander)

Texto: Ricardo Sander
ricardosander@independente.com.br

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