Preço deve subir mais, pois há escassez de oferta de petróleo no mundo, diz diretor comercial da Charrua

Alta no barril de petróleo é resultado do conflito entre Russia e Ucrânia. Política de preços da Petrobras leva em conta variações internacionais


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Dag Cremer, diretor comercial da Distribuidora de Combustíveis Charrua (Foto: Rodrigo Gallas)

Em outubro de 2016, no governo de Michel Temer (MDB), a Petrobras passou a calcular o preço dos combustíveis com base no mercado internacional e a repassar variações com maior frequência aos consumidores. Embora tenha passado por alguns ajustes e intervenções pontuais, o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação) segue firme.

Em entrevista ao programa Acorda Rio Grande da Rádio Independente, na manha desta segunda-feira (14), o diretor comercial da Distribuidora de Combustíveis Charrua, Dag Cremer explica que o governo brasileiro possui apenas 38% das ações da Petrobrás, por isso, sofre pressões dos demais acionistas por resultados. Há acionistas no mundo todo. A Petrobrás tem que acompanhar o preço internacional, senão pode sofrer punições judiciais, diz. “A situação é complicada. O preço tende a subir mais”, pois há escassez de oferta no mundo, resultado do conflito entre Russia e Ucrânia, explica Dag Cremer.

 

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, na noite da sexta-feira (11), a proposta que zera os tributos federais sobre o diesel até o fim deste ano e determina alíquota única no ICMS de combustíveis. A intenção, de acordo com a declaração do presidente, é fazer o mesmo com a gasolina. Conforme Cremer, os governadores devem contestar a medida, pois os Estados terão redução de receita. O governo estuda também um projeto de lei “com urgência” para zerar o PIS/Cofins.

Cremer informa que o valor cobrado por distribuidoras e postos representa entre 15% a 18% do preço dos combustíveis. No entanto, não há tabelamento. Portanto, o preço pode ser alterado a qualquer momento pelos postos. “Quando a Petrobrás anuncia o aumento, o novo valor passa a valer a partir da 0h no próximo dia na refinaria, mas não é dito que o posto não pode aumentar no mesmo dia do anúncio”, esclarece.

Segundo o diretor comercial, o aumento real foi de cerca de 90 centavos no preço do diesel e de 60 centavos na gasolina. Ele diz que os postos de combustíveis tendem em aumentar mais o valor quando a alta é grande, como a de semana passada, e depois acabam reduzindo para equiparar com a concorrência.

Texto: Rodrigo Gallas
web@inpendente.com.br

1 comentário

  1. O governo do PT estava tornando o Brasil aiutosuficiente em petróleo, depois veio o Temer e o Bolsonaro que está sucateando a empreste dando preferência a importação de petróleo e derivados para beneficiar amigos bilionários.

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