Presidente da Federasul destaca a dependência da China e estratégias que devem ser adotadas para evitar estiagens

Cerca de 120 empresários participaram de reunião-almoço, que foi realizada pela Cacis no Estrela Palace Hotel


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Presidente da Federasul Anderson Trautman Cardoso (Foto: Elisangela Favaretto)

“Associativismo: pessoas conectadas pelo desenvolvimento sustentável” foi o tema abordado pelo presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), Anderson Trautman Cardoso, na reunião-almoço promovida pela Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis) de Estrela, nesta sexta-feira (12). O evento foi realizado no Estrela Palace Hotel e contou com a participação de cerca de 120 empresários.

Conforme Cardoso, a prolongada guerra no Leste europeu, com a invasão da Ucrânia por tropas russas, tem gerado severos impactos econômicos, mesmo em mercados mais estáveis. O encarecimento das commodities, em especial do minério, produtos agrícolas e petróleo, pressiona os preços no Brasil e a previsão é de que este ano termine com inflação acima dos 7%.

Outro dado apresentado pelo presidente é que a economia chinesa cresceu apenas 0,4% entre abril e junho em relação ao ano anterior. Esse foi o pior desempenho desde que a série de dados começou, em 1992.

A partir disso, diferentes países têm percebido que não podem depender exclusivamente da China, o que pode ser uma oportunidade para que o Brasil atraia uma parcela significativa desses investimentos.

“O Rio Grande do Sul e o Brasil têm a oportunidade de substituir a China em cadeias globais de negócios. O mundo viu que depender unicamente de um país ou de uma região traz vários entraves, vários problemas para cadeias produtivas importantes. Temos inúmeros insumos que eram produzidos única e exclusivamente na China, especialmente por conta do baixo custo. Estas cadeias estão buscando novos polos de alocação e o Rio Grande do Sul, pela mão de obra disponível, pela sua qualidade, a sua localização geopolítica traz consigo uma enorme potencialidade de atrair estas cadeias, então o Rio Grande do sul já é um polo de produção de alimentos e tem possibilidade também de promover a sua indústria a partir desta mudança geopolítica que está ocorrendo no nosso mundo”, relatou.

Estiagem

O presidente ressaltou que a estiagem ajudou a derrubar o PIB do Estado no primeiro trimestre deste ano, que fechou com queda de 3,8%. Somente no agronegócio, a retração foi de 28,1% no período.

“O Rio Grande do Sul passa por recorrentes estiagens que afetam o setor que é responsável pela maior parte da geração de riquezas do Rio Grande do Sul, que é o agronegócio, responsável por cerca de 40% da riqueza produzida no Estado, direta ou indiretamente. Estamos falando da própria produção do agro e também das cadeias de comércio e serviços relacionadas ao agronegócio. A solução é o armazenamento da chuva, para promovermos uma melhor irrigação. A sociedade gaúcha depende extremamente deste setor, não podemos parar com o agronegócio cada ano que temos estiagem, já que temos uma incidência de chuvas no Rio Grande do Sul condizente e adequada para a nossa produção, o que nos falta são regras claras e possibilidade de segurança jurídica para este armazenamento”, ressaltou.

Eleições

Sobre o ano eleitoral, Cardoso apontou que o país precisa de estabilidade política e união em torno das reformas, mas o cenário aponta para a exacerbação da polarização. Por fim, citou que a radicalização dos discursos ameaça o crescimento econômico e a consequente geração de empregos.

Texto: Elisangela Favaretto
vitrinedenegocios@independente.com.br

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