Primeiro paciente com coronavírus do Vale do Taquari deixa a UTI do HBB

Internado há 16 dias, lajeadense de 57 anos passou para leito da internação da ala Covid-19 nesta segunda-feira. Veja o vídeo do momento da saída dele da UTI.


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O primeiro paciente do Vale do Taquari diagnosticado com o novo coronavírus recebeu alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Bruno Born nesta segunda-feira (6). O homem de 57 anos estava desde o dia 20 de março na UTI, um dia antes da confirmação do resultado do exame do laboratório Central do Estado (Lacen).

Nesta segunda, ele foi transferido para um leito da internação da ala Covid-19 do HBB. A informação foi divulgada na tarde desta segunda pela casa hospitalar, que também divulgou um vídeo do momento da saída dele da UTI.

O homem se contagiou em um cruzeiro marítimo pela costa brasileira, na primeira quinzena de março. O paciente já havia mostrado evolução na última sexta-feira (3), quando havia dispensado o uso do respirador mecânico.

Assista ao vídeo 

BOAS NOTÍCIAS: Primeiro paciente do Vale do Taquari, internado com coronavírus no Hospital Bruno Born, em Lajeado, sai da UTI e vai para o quarto nesta segunda-feira (6). Homem foi recebido com aplausos pela equipe médica da casa de saúde. Ele estava internado desde o dia 21 de março.

Publicado por Rádio Independente em Segunda-feira, 6 de abril de 2020

Entenda o caso

Conforme o médico internista responsável pelo tratamento, Juliano Dalla Costa, a doença divide-se em quatro etapas – mas nem todos os pacientes passarão por todas elas.
A primeira compreende um número em torno de 85% dos casos: os pacientes apresentam sintomas leves como febre, mal-estar inespecífico, podendo apresentar também diarreia, náuseas, vômitos e anosmia (perda do olfato) e tosse. Não é necessário que o paciente apresente todos os sintomas para a suspeita da doença, apenas um ou até mesmo nenhum. “Por isso se preconiza o isolamento social”, explica. Esta fase é tratada com medicações para controle de sintomas de febre, tosse, hidratação, entre outros, e nesta etapa os exames de imagem e laboratoriais são normais, ou com alterações discretas em RX ou hemograma.
Uma parcela dos pacientes apresentará intensificação destes sintomas: são os 15% que passarão para a segunda fase da doença e necessitarão de suporte hospitalar. Nesta fase é possível observar alterações nos exames de imagem, e a maioria dos pacientes apresentará alterações no parênquima pulmonar.
Entre a segunda e a terceira fase observa-se uma piora progressiva dos sintomas, ocasionados por danos mais evidentes nos exames, podendo evoluir com complicações em todos os órgãos e sistemas. O sistema mais frequentemente afetado é o pulmonar, porém há relatos de acometimento neurológico, renal e cardíaco também.
Foi nesta fase que chegou este paciente, que teve a situação complicada na sequência. “Algumas medicações que demonstraram a possibilidade de benefício foram ministradas. Ele ficou 14 dias sedado, dependente de sedação e ventilação mecânica, um cuidado difícil e minucioso que compreendeu atenção integral 24 horas por dia”, detalha. “A sua recuperação, mesmo que ainda parcial, é uma grande vitória para nosso hospital, equipe de terapia intensiva (enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos, na qual me incluo, entre outros) e também para a comunidade de maneira geral. Todos se empenharam muito.”
Dalla Costa destaca que o paciente ainda necessita cuidados. “Neste momento o paciente adentra a 4 fase do tratamento, na qual preconizam-se as medidas de cuidado dos danos causados pelo vírus e pela própria terapia. Deve-se intensificar a fisioterapia e outros cuidados. Muitos pacientes necessitam de oxigênio suplementar por longos períodos, pois o dano pulmonar muitas vezes é extenso e permanente. Estamos esperançosos de que este paciente possa voltar para sua família em breve para que possa seguir sua recuperação.”
Do total de pacientes, estima-se que 5% necessitarão de leitos de UTI. São estes que atravessam da segunda para terceira fase de maneira desfavorável, necessitando de cuidados especiais e com grande risco de vida. A mortalidade dos pacientes entubados pode passar de 60% em alguns centros.
A quarta fase é a do recrudescimento dos sintomas, e recuperação dos danos causados pelo próprio vírus e pelo tratamento instaurado.

Mulher de 38 anos está na UTI

Agora uma mulher que teve o caso confirmado na tarde desta segunda-feira (6), é a única pessoa do Vale com a doença que está na UTI. Ela tem 38 anos e está internada desde quinta-feira (2) no HBB. A mulher é o nono caso de Covid-19 de Lajeado e o 18º da região. Oito pessoas já são consideradas curadas: quatro de Lajeado, duas de Anta Gorda, uma de Cruzeiro e outra de Estrela.

Texto: Ricardo Sander
ricardosander@independente.com.br

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