
A Associação Marinês de Lajeado foi vencedora do Prêmio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS). A entidade foi premiada na categoria Movimentos Sociais/Pessoa Jurídica, com o Projeto Capacete Rosa. A proposta, que iniciou com a primeira aula no dia 13 de outubro, busca a inserção de mulheres de baixa renda no mercado de trabalho, além de melhores condições financeiras para todas as cadastradas na Associação Marinês do Bairro Santo Antônio.
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O projeto oferece treinamento para atuar em várias áreas da construção civil, como servente de pedreiro, encanadora, eletricista e colocadora de piso. A iniciativa surgiu da busca por abrir um novo mercado, em que mulheres sem profissão e em situação de vulnerabilidade pudessem mudar suas realidades. Nesta quinta-feira (3) elas realizaram o terceiro encontro com aulas teóricas.
Uma das idealizadoras do Projeto Capacete Rosa, a arquiteta e urbanista Angélica Silveira, conta que a premiação é fruto de uma indicação feita por profissionais da área. “Essa indicação é feita por conselheiros do CAU, bem como pelas associações, aqui em Lajeado então a gente tem a Seavat (Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Vale do Alto Taquari), que também foi uma das entidades que nos indicou para essa premiação. Na segunda-feira, então, recebemos a notícia de termos sido escolhidos”, relata.

Entre as indicações, oito projetos foram selecionados pela comissão julgadora e ganharão um troféu. Além disso, haverá uma votação entre os arquitetos e urbanistas registrados no CAU/RS para a escolha, entre os oito premiados, do vencedor do Prêmio Destaque CAU/RS 2021 (Prêmio Luiz Antonio Machado Verissimo). A entrega dos troféus e a revelação do vencedor será realizada dia 19 de novembro, a partir das 19h, no Palco do Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
A arquiteta entende que o reconhecimento mostra o quanto a comunidade, de forma geral, está atenta para as mudanças no jeito de trabalho e no modo de ver a construção civil acontecer. “Me deixa muito feliz e honrada poder participar disso, e o nosso projeto ter ido indicado para essa premiação”, destaca.
Outra novidade da iniciativa é uma parceria firmada recentemente com a Univates, que permitirá a realização de aulas práticas nos laboratórios da universidade. “Uma das principais defasagens que nos apontaram é a questão da mão de obra, e a gente vem alinhar isso. Um projeto que realmente capacita as mulheres para mão de obra. Não é só teoria, e sim também muita prática”, explica.

Por enquanto, ainda acontece o período de encontros teóricos, sendo que mais dois estão programados para este ano, com o último encontro previsto para o dia 8 de dezembro. “A gente está fazendo essa parte de reforços de português, matemática, vai ter leitura de plantas ainda. Agora elas já estão com algumas atividades mais práticas, daí retornamos no ano que vem, dai sim com as primeiras aulas práticas realmente. A primeira será de servente de obras, lá nos laboratórios da Univates”, ressalta.
Todas as participantes do Projeto Capacete Rosa receberam camisetas, capacetes e bolsas da iniciativa. Além disso, nas próximas etapas, serão contempladas com materiais necessários para atuação na prática. Após realizarem o estágio e finalizarem o curso, as mulheres também vão receber uma maleta, contendo ferramentas e certificado de conclusão. Também será realizada uma cerimônia de formatura para as profissionais.
Texto: Gabriela Hautrive
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