Psiquiatra analisa falta de empatia com vítimas de coronavírus e relaxamento nas medidas de segurança

"Nem todo mundo se adapta aos relacionamentos somente virtuais", afirma Rafael Moreno.


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Foto: Arquivo / Rádio Independente

Falta de empatia com integrantes do grupo de risco e o fato de o ser humano ser um animal social explicam o relaxamento da população às medidas restritivas de segurança sanitária para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. A leitura é do médico psiquiatra Rafael Moreno, em entrevista ao programa Dinâmica desta segunda-feira (18).


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Para ele, é paradoxal que, mesmo com mais óbitos neste momento, a comunidade regional está saindo mais às ruas e pedindo por flexibilização das medidas. “O comportamento do morador do Vale do Taquari está muito mais aberto, muito menos rígido do que lá no final de março, quando a gente tinha um caso apenas de coronavírus e nenhum óbito”, observa. “O ser humano é um ser social”, destaca o psiquiatra. “A gente precisa de relacionamento. Nem todo mundo se adapta aos relacionamentos somente virtuais”, afirma.

Pelo perfil das vítimas de coronavírus, mais idosas e com comorbidades, Moreno diz que há dificuldade de identificação. As pessoas observam esse cenário e notam que não estão nesses grupos. “Acredito que nós estamos com uma crise de empatia onde a gente está com dificuldade de se identificar realmente com as pessoas de risco com as vítimas que ocorreram.”

Texto: Tiago Silva
web@independente.com.br

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