Raiva aflora o pensamento binário e dificulta o entendimento de posições contrárias, afirma psiquiatra

Rafael Moreno destaca a subjetividade humana: "Cada um tem a sua história, a sua cultura e a sua bagagem social".


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Médico psiquiatra Rafael Moreno (Foto: Arquivo / Rádio do Vale)

“A raiva é uma emoção comum no ser humano. A gente precisa de raiva para determinadas atitudes, como por exemplo atravessar algum obstáculo. Também do ponto de vista de sobrevivência, a raiva é preciso para nos protegermos”, explica o psiquiatra Rafael Moreno, em participação no quadro “Direto Ao Ponto”, dentro do programa Troca de Ideias, na Rádio Independente.

“O que a gente vê hoje, em situações aonde não existe uma concordância sobre determinados assuntos, é que a raiva fica muito aflorada entre as pessoas”. Ele cita o exemplo de questões políticas e sociais, relacionadas a minorias e discussões raciais.


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“O ser humano tem um defeito grave na forma de pensar, que ele tem muita dificuldade de ver o que acontece entre o bom e o ruim. A gente tem uma tendência de pensar sim ou não, o que chamamos de pensamento binário ou dicotômico”, detalha Moreno.

“Mas existe um grande expecto entre um e outro, e lembrar que existe no ser humano a questão da subjetividade humana, já que cada um tem a sua história, cada um tem a sua cultura e cada um tem a sua bagagem social. E muitas vezes as opiniões vão ser diferentes para uma coisa que tem as mesmas características. E a raiva faz isso ficar mais aflorado, e a gente também não consegue muitas vezes entender o posicionamento dos outros”, nota.

Como dica, o psiquiatra orienta observar esse padrão emocional para evitar atritos. Rafael Moreno lembra que a violência não é só física, mas também emocional, por palavras.

Texto: Tiago Silva
web@independente.com.br

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