Real é a 4ª moeda que mais se valorizou no mundo em 2021, aponta ranking com 120 países

Moeda do Brasil acumula no ano ganho de 3,6% em relação ao dólar, perdendo apenas a as divisas da Geórgia, Moçambique e Ilhas Seychelles. Na terça-feira, dólar fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez em mais de 1 ano


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Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, em imagem de arquivo (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

O real é a quarta moeda com maior valorização em 2021, segundo levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating. A moeda do Brasil acumula no ano ganho de 3,6% em relação ao dólar, considerando o fechamento desta terça-feira (22), quando a cotação da moeda norte-americana no país fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez em mais de 1 ano.

O ranking usa a cotação do dólar PTax (taxa calculada pelo Banco Central) e compara a variação de 120 moedas. A apreciação do real frente ao dólar só perde para as divisas da Geórgia (4%), Moçambique (15,4%) e Ilhas Seychelles (33,6%).

O levantamento mostra que a valorização do real supera a das moedas de grandes economias como Canadá (3,2%) e Reino Unido (2,3%), e também de outros emergentes como África do Sul (1,9%) e Rússia (1,8%).

Veja ranking com as 30 maiores altas no ano frente ao dólar

  1. Ilhas Seychelles – Rupia: 33,6%2
  2. Moçambique – Nova Metical: 15,4%
  3. Geórgia – Lari: 4,0%
  4. Brasil – Real: 3,6%
  5. Ucrânia – Hryvnia: 3,5%
  6. Islândia – Coroa: 3,2%
  7. Canadá – Dólar Canadense: 3,2%
  8. Gibraltar – Libra: 2,7%
  9. Uganda – Xelim: 2,4%
  10. Reino Unido – Libra Esterlina: 2,3%
  11. República Dominicana – Peso: 2,2%
  12. Belarus – Rublo: 2,2%
  13. Paraguai – Guarani: 2,2%
  14. Armênia – Dram: 2,1%
  15. África do Sul – Rande: 1,9%
  16. Paquistão – Rupia: 1,9%
  17. Suazilândia – Lilangeni: 1,9%
  18. Namíbia – Dólar da Namíbia: 1,9%
  19. Lesoto – Loti: 1,9%
  20. Tonga – Paanga: 1,8%
  21. Rússia – Rublo: 1,8%
  22. Mauritânia – Uguia: 1,6%
  23. Quênia – Xelim: 1,3%
  24. Coveite – Dinar: 1,1%
  25. Guatemala – Quetzal: 0,9%
  26. Gana – Cedi: 0,9%
  27. Angola Kwanza – Angola: 0,7%
  28. Papua Nova Guine – Kina: 0,7%
  29. China – Renminbi: 0,7%%)
  30. Hungria – Forint: 0,7%
Na outra ponta, as moedas que mais se desvalorizaram no ano frente ao dólar foram as do Sudão (-87,4), Líbia (-70,3%) e Venezuela (-65,4%).

Em 2020, real foi a 6ª moeda que mais se desvalorizou

Importante lembrar que no ano passado, o real foi uma das moedas que mais se desvalorizaram no mundo. Segundo o levantamento da Austin Rating, a moeda brasileira teve o 6º pior desempenho no mundo frente ao dólar, acumulando em 2020 uma desvalorização de 22,4%.

Da lista de 120 países do ranking, o real só ganhou em 2020 das moedas da Venezuela (-95,7%), Ilhas Seychelles (-33,5%), Zâmbia (-33,4%), Argentina (-28,8%) e Angola (-22,4%).

O que tem influenciado a queda do dólar no Brasil em 2021

Somente na parcial de junho, o dólar já acumula um recuo de mais de de 5% frente ao real.

Nas últimas semanas, a valorização do real tem sido sustentada pela expectativa de uma alta mais acentuada e mais rápida na taxa básica de juros no Brasil e pela percepção dos investidores de uma política monetária mais tolerante nos Estados Unidos.
Na semana passada, o Banco Central promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, a 4,25%, e a ata de seu encontro mostrou que o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou um possível aperto maior em seu encontro de agosto.

Juros mais altos no Brasil aumentam a taxa de retorno dos investidores que aplicam em real, tornando o mercado de renda fixa do Brasil mais interessante para os investidores estrangeiros, o que tende a aumentar a entrada de dólares no país e, por consequência, contribui para um dólar mais barato.

Já nos EUA, o Federal Reserve (Fed) decidiu manter suas taxas de juros inalteradas e o chair do BC dos EUA, Jerome Powell, disse na terça-feira que a alta na inflação norte-americana é transitória, reduzindo as preocupações do mercado de uma possível antecipação do início do ciclo de alta de juros nos EUA. Ou seja, o cenário tende a continuar favorável para o fluxo de dólares para o Brasil.

“Isso vai melhorando o chamado diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos e isso atrai um pouco mais os investidores internacionais e melhora a perspectiva para o real”, afirma Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating.

Outros fatores que contribuem para a queda do dólar no Brasil, segundo ele, é o avanço da vacinação contra a Covi-19 no Brasil, os bons resultados das contas externas e a melhora das expectativas para a recuperação da economia no segundo semestre.

Fonte: G1

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