Sofrimento alheio tem o potencial de nos aproximar enquanto humanidade

Confira o comentário da jornalista e psicóloga Tamara Bischoff


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Foto: Ilustrativa/Divulgação

Não é de hoje que os acontecimentos tristes recebem muito mais audiência do que os felizes. As dores alheias têm a capacidade de promover identificações, assim, a dor do outro faz lembrar as minhas. Então se as alegrias nos aproximam enquanto humanidade, as dores fazem isso em um nível exponencialmente maior, elas nos colam uns aos outros, e trazem consigo grandes oportunidades de aprendizado e de desenvolvimento de tendências altruístas.

Na série Maid, que está disponível na Netflix, uma mulher em sofrimento deixa o marido e vai embora com a filha em busca de uma vida melhor para ambas. Ela passa por tantas dificuldades em sua jornada que o espectador consegue experimentar suas angústias. Ouvi relatos de algumas pessoas que não conseguiram assistir aos episódios, tamanha a dificuldade de lidar com o sofrimento das personagens.

A história toda suscita uma série de reflexões. E uma das principais, para mim, diz respeito à importância de uma ajuda, por vezes mínima, a alguém necessitado: uma refeição, uma carona, um pouco de atenção, um carinho. Quando as dificuldades se abatem sobre alguém, qualquer atitude que possa minimizar as aflições ganha valor imensurável.

Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga

Você já parou pra pensar quantas vezes a correria do cotidiano nos impede de olhar ao redor e perceber essas oportunidades de ajudar quem precisa? Quando vivemos isolados em nossas casas, nossos carros e nossos trabalhos, perdemos ótimas ocasiões de exercitar nossa bondade, que pode acabar ficando atrofiada.

 

 

Albert Schweitzer tem uma frase que diz: “A quem o sofrimento pessoal é poupado, deve sentir-se chamado a diminuir o sofrimento dos outros”.

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