No topo do Monte Kujira, de onde se avista o oceano Pacífico, no Japão, encontra-se um lindo jardim. E em meio às flores e à grama está cabine telefônica branca. Todos os dias, faça chuva ou faça sol, e apesar do barulho causado pelas obras de reconstrução da cidade de Otsuchi, pessoas vêm usar o telefone para enviar suas mensagens aos entes queridos ou amigos já falecidos. Ou simplesmente para tentar aliviar sua tristeza “falando” com os mortos.

A história começou quando em 2010 o jardineiro Itaru Sasaki, atualmente com mais de 70 anos, perdeu um de seus primos. Para superar a sua morte, Sasaki instalou um telefone de disco dentro de uma cabine de vidro em um cenário bucólico: uma colina em seu jardim com vista para o oceano Pacífico.

Durante algum tempo, ele usava o aparelho, chamado de Kaze no denwa, ou Telefone do Vento, para “se comunicar” com o parente falecido. A história, no entanto, ganhou ainda mais divulgação com o terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão em março de 2011. Na ocasião, cerca de 16 mil pessoas morreram e 2,5 mil desapareceram. Entre as vítimas estão mais de 400 moradores da pequena cidade de Otsuchi.

Hoje, habitantes da cidade japonesa ainda vivem o luto pela perda de entes queridos. Mas como resposta, o jardineiro Itaru Sasaki vem oferecendo o poético curativo.

 

Outro plano existencial

“O Telefone do Vento é um telefone para que possamos nos comunicar com as pessoa que já partiram deste plano existencial. E você? Como você se comunica? Com palavras, ou por meio de uma carta, ou com seus olhos? O Telefone do Vento funciona por meio da mente”, explica Sasaki.

“Feche os olhos em silêncio. Ouça com atenção. Se você ouvir o som do vento, de uma onda ou de um passarinho, abra seu coração. Seu sentimento vai alcançar aquela pessoa, com certeza”, acrescenta.

Fonte: UOl TN

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