Trabalho remoto: muitos profissionais sentiram a falta de convivência com os colegas

A jornalista, psicóloga e psicanalista clínica Dirce Becker Delwing aborda o novo livro do filósofo Mario Sergio Cortella: “Quem sabe faz a hora”


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Foto: Dirce Becker Delwing

“Quem sabe faz a hora” é o novo livro do filósofo Mario Sergio Cortella. Quando a gente lê o título, é quase impossível não cantarolar a música de Geraldo Vandré, intitulada “Pra não dizer que não falei das flores”. Gravada em 1968, onde ele canta: “Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, à época serviu como um hino de resistência, de oposição à ditadura militar.

Contudo, Cortella toma emprestada essa frase para, entre outros temas, refletir sobre os benefícios e dificuldades do home office, trabalho em casa ou remoto, que ficou muito evidente em função da pandemia. Ele coloca que, no início, essa modalidade gerou encanto em muitos profissionais, afinal, podiam trabalhar de casa, sem gastar horas no trânsito por exemplo. No entanto, com o passar dos meses, muitas pessoas começaram a sentir falta das relações com as pessoas. Ocasiões como tomar um café com um colega, desabafar, se alegrar, trocar informações e experiências que são possibilitadas no convívio presencial dentro da empresa. O filósofo acredita que muitas empresas irão adotar um modelo híbrido, parte do trabalho sendo realizado em casa e a outra parte na empresa.


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“Uma das grandes vantagens da convivência humana é que o uso coletivo das nossas capacidades, quando elas se encontram numa situação de troca, faz com que haja uma elevação das competências. (…) A competência do outo me torna mais competente também”. (p.170)

A empresa é um espaço em que a convivência deve ser uma fonte geradora de ideias. Cortella entende que a empresa deve proporcionar oportunidades colaborativas que motivem as pessoas à participação. Além de dar a sensação de pertencimento, é uma prática que alcança importantes resultados do ponto de vista estratégico e operacional. Isso porque alguém sempre pode identificar um aspecto a ser aperfeiçoado, do qual ninguém havia se dado conta até então.

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