Um dos suspeitos pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi é preso na França, diz rádio

Jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul; o corpo dele nunca foi encontrado


0
Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul (Foto: Mohammed al-Shaikh/AFP)

Uma pessoa suspeita de estar envolvida no assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi presa nesta terça-feira (7) no aeroporto de Roissy, perto de Paris, informou a rádio francesa RTL. A informação também foi confirmada pela agência de notícias Reuters com fontes policiais.

Segundo a reportagem em rádio, o suspeito preso – que estaria prestes a embarcar em um voo para Riad – era um ex-guarda real da Arábia Saudita. De acordo com a Reuters, ele estava na lista de procurados da polícia francesa desde 2019.

O suspeito estaria envolvido no assassinato dentro do consulado saudita em Istambul, em outubro de 2018. Jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, Kashoggi desapareceu após entrar no prédio da diplomacia. O corpo dele nunca foi encontrado.

Khashoggi foi visto pela última vez em 2 de outubro de 2018 no consulado saudita em Istambul, onde vivia. O jornalista iria ao local obter documentos relativos ao casamento com sua namorada. O corpo dele nunca foi encontrado.

A morte gerou suspeitas sobre a ditadura saudita do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, de quem Khashoggi era crítico ferrenho. O regime negou autoria, mas bin Salman reconheceu que o assassinato do jornalista ocorreu “sob responsabilidade” do monarca.

Julgamento de envolvidos

No ano passado, um tribunal da Arábia Saudita sentenciou oito pessoas a penas entre 7 e 20 anos de prisão, segundo a TV estatal local Al Ekhbariya.

Cinco pessoas receberam sentenças de prisão de 20 anos, enquanto uma foi condenada a 10 anos e duas pessoas foram sentenciadas a 7 anos. Num julgamento anterior, a punição — agora reduzida — de cinco dos acusados havia sido a pena de morte.

Os condenados não foram identificados.

O julgamento em solo saudita foi amplamente criticado por grupos de direitos humanos e um investigador independente da ONU, que observou que nenhum funcionário importante ou suspeito de ordenar o assassinato foi considerado culpado. A independência do tribunal também foi questionada.

Fonte: G1

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui