“Um pedófilo, ao longo da história dele, abusa de 10 a 20 crianças”, afirma psiquiatra

“Por isso a importância do reconhecimento precoce do primeiro ato, já que não é um transtorno que tem cura”, defende Rafael Moreno


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Médico psiquiatra Rafael Moreno (Foto: Tiago Silva)

O médico psiquiatra Rafael Moreno traçou um perfil da mente pedófila em sua participação nesta segunda-feira (13) no quadro “Direto Ao Ponto”, dentro do programa Troca de Ideias. “Pedofilia é um transtorno mental está dentro dos transtornos sexuais. É uma parafilia que a gente chama. É uma perversão sexual, tendo em vista que dentro de uma sexualidade considerada normal, não é comum um adulto ou mesmo um adolescente ter atração sexual por uma criança que ainda não tem características sexuais de um adulto ou adolescente”, explica o psiquiatra.


ouça o quadro “direto ao ponto”

 


 

“Por curiosidade: por exemplo, o ser humano é a única espécie, além dos macacos bonobos, que pratica pedofilia. Não tem outras espécies que existam sexo entre filhotes e adultos. Então, veja bem o grau de perversão na cabeça do individuo que pratica esse tipo de violência”, pontua.

“A gente ainda não tem clareza da origem, do cérebro do pedófilo, como é e como funciona. A gente também não tem clareza, porque é difícil de fazer pesquisas. Mas o que a gente sabe é que um pedófilo, ao longo da história dele, abusa de 10 a 20 crianças. Tem crianças que, na maioria das vezes, sofre mais de uma vez o abuso”, observa

“Por isso a importância do reconhecimento precoce do primeiro ato, já que não é um transtorno que tem cura. Não existem relatos na literatura científica de que um pedófilo cura. Essa pessoa vai ter a perversão sexual ao longo da vida”, afirma. “E essa é uma das dificuldades que a gente tem: nem sempre a ciência tem total comunicação com a lei, com o sistema judiciário. Se a gente está falando de algo que não tem cura, como a gente vai soltar?”, questiona.

“O fato é: os pais têm que estar muito atento. Na maioria das vezes, é uma pessoa conhecida que faz isso. De 70% a 80% das vezes, inclusive, é parente”, alerta o psiquiatra.

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