“Uma enfermagem mais descansada e qualificada é mais qualidade de saúde para a população”, afirma profissional da área

Senado aprovou, na semana passada, um projeto que institui o piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e também para parteiras


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Foto: Pexels / ILustrativa

O Senado aprovou, em 24 de novembro, um projeto que institui o piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e também para parteiras. Antes de virar lei, o texto terá que passar também pela Câmara dos Deputados. O projeto inclui o piso salarial na Lei 7.498, de 1986, que regulamenta o exercício da enfermagem, estabelecendo um mínimo inicial para enfermeiros no valor de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente por serviços de saúde públicos e privados, para uma jornada de 30 horas semanais.

Em relação à remuneração dos demais profissionais, o projeto fixa 70% do piso dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem, e 50% do piso dos enfermeiros para os auxiliares de enfermagem e as parteiras. Além disso, o piso salarial dessas categorias será atualizado, anualmente, com base no Índice de Preço ao Consumidor (INPC).

 

Há cerca de 2,4 milhões de enfermeiros no Brasil. Fabia Richter, enfermeira, ex-prefeita de Cristal e ex-diretora da Famurs e da associação dos secretários municipais da saúde do RS, defende que é momento de reconhecer essas funções.

Durante a pandemia de coronavírus, de acordo com ela, essas profissões foram as que mais foram afetadas, proporcionalmente. “Do nascer ao morrer a enfermagem está presente nos cuidados”, ressalta ela, sobre a importância da categoria.

Foto: Divulgação

“Esse é um momento muito importante de nós valorizarmos também a profissão. A enfermagem é responsável pelos cuidados, ela está presente o tempo todo, quer seja na atenção primária dos postos de saúde, e agora na vacinação”, pontua. “Nos hospitais, nos momentos mais difíceis das pessoas, alguém da enfermagem está presente”, afirma.

Ela lembra que os cuidados dos pacientes são realizados por uma série de profissionais, e os enfermeiros e técnicos estão presentes sempre. Fabia observa que nos plantões, por exemplo, a equipe médica consegue descansar, eventualmente. Já o enfermeiro não.

“O que acontece na nossa realidade é que são muitos trabalhando muito”, afirma. “Não é incomum ver um colega que trabalha em dois ou três empregos. Então, estamos falando de uma profissão que ganha pouco, e portanto não consegue estudar e se qualificar, e trabalha muito”, afirma, sobre a realidade que os profissionais passam.

“Essa é a condição. Agora chegou o momento de nós externarmos e pedirmos apoio para a sociedade, porque uma enfermagem mais descansada e qualificada é mais qualidade de saúde para a população”, argumenta.

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