Vale do Taquari e outras nove regiões entram com recurso para reverter bandeira vermelha

Mapa definitivo será apresentado na segunda-feira e valerá a partir de terça. Independente do resultado, região de Lajeado poderá seguir com o comércio aberto devido a gestão compartilhada.


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Foto: Governo do RS

O Vale do Taquari e outras nove regiões encaminharam recursos ao governo do estado para reverter a classificação preliminar de bandeira vermelha no Mapa Preliminar do Distanciamento Controlado do RS da última sexta-feira (21).  Os líderes pretendem que suas regiões sejam classificadas como bandeiras laranjas na classificação definitiva, prevista para o fim da tarde desta segunda (24). A classificação valerá para a semana de terça (25) a segunda (31).

Mesmo que nove das dez regiões que entraram com recurso tenham o modelo de cogestão, caso da região de Lajeado que teve a homologação da gestão compartilhada neste sábado, seus líderes entendem que os números não sejam para a classificação de alto risco de contaminação de Covid-19. Na sexta-feira, 13 das 21 regiões foram classificadas como bandeira vermelha.

Saiba mais: Vale do Taquari retorna para bandeira vermelha com possibilidade de manter comércio aberto

Recurso do Vale

No seu recurso encaminhado pela Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) neste sábado (22), as autoridades dizem haver, novamente divergência entre os dados do estado para fins de cálculo e o apurado pela região. Enquanto o estado contabiliza 34 hospitalizações no período, a região tem o registro de 23 hospitalizações (desconsiderando-se os óbitos do período). “ Isso seria suficiente para mudança da bandeira desse indicador específico de preta para amarela”, diz o texto.

O recurso, assinado pelo presidente da Amvat, prefeito de Imigrantes, Celso Kaplan, estabelece ainda que houve redução no caso de ativos pela terceira semana seguida e aumento dos casos recuperados pela quarta semana seguida, gerando uma redução de 22% na taxa de progressão na última semana e de 65% em relação há quatro semanas. Cita a redução dos óbitos pela segunda semana seguida, acumulando uma queda de 33% na última semana e 60% em relação há duas semana e redução no número de internados em leitos clínicos COVID pela segunda semana seguida, voltando a patamares observados no início do mês de julho, o que deverá acarretar em menor pressão por UTI´s nas próximas semanas. Observa também estabilidade no número de hospitalizações (mesmo considerando dado do estado, do qual temos divergência) abaixo do pico observado no início do mês de agosto.

Conforme o recurso ainda que a região apresenta números melhores ou próximos a média do estado na maioria dos indicadores. Segundo a Amvat, o número de óbitos proporcionais a 100 mil habitantes é de 1,1 no Vale do Taquari enquanto a média do RS é de 3,2 e um número de internados em leitos COVID de 4 no Vale do Taquari contra 6,2 no estado. “Dessa forma, deve-se avaliar de forma mais profunda a média ponderada final da presente semana, visto que a análise dos dados acaba evidenciando que a região do Vale do Taquari e/ou a macrorregião dos Vales estão distantes de terem o pior cenário no estado como conclui-se bandeira dessa semana.”

Menor ocupação hospitalar do estado

Com relação a capacidade hospitalar e aos leitos livres, a Amvat salienta que, apesar da diminuição na disponibilidade ocorrida na última semana, tanto a região, como a macrorregião, apresentam estabilidade nesse indicador quando observado o histórico das últimas semanas. “Além disso, conforme próprias informações do Governo do Estado disponibilizadas na data de 22 de agosto, podemos destacar: macrorregião dos Vales possui a menor ocupação hospitalar do Estado, tendo no momento 55 leitos de UTI vagos”.

Segundo o documento, há estabilidade no número de internados por 100 mil habitantes na macrorregião, distante do pico ocorrido no início do mês de agosto e, com relação aos dados regionais de ocupação das UTI´s, também se nota uma melhora nas últimas 48 horas, com 24 leitos livres no momento, e uma estabilidade nas últimas semanas.

Outras regiões entram com recurso

O governo do Estado contabilizou, nas últimas 36 horas, dez pedidos de reconsideração por parte de municípios e de associações regionais ao mapa preliminar do Distanciamento Controlado da 16ª rodada. As regiões não foram informadas pelo Estado. É o menor número de recursos enviados desde que a instância recursiva foi implementada, na sétima rodada. Não houve pedido de bandeira laranja para amarela – todas as solicitações são de municípios e regiões preliminarmente em vermelho que pedem a bandeira laranja.

As 13 regiões preliminarmente classificadas com risco alto para o contágio por coronavírus são Santa Cruz do Sul, Lajeado, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Santo Ângelo, Santa Rosa, Capão da Canoa, Guaíba, Porto Alegre e Pelotas.

Nove regiões deram entrada com pedidos e todas já estão habilitadas: Capão da Canoa, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelotas e Lajeado. Dessas regiões, 207 municípios optaram por adotar os protocolos regionais.

A região com o maior número de municípios habilitados é Palmeira das Missões, com 48 cidades. A região de Porto Alegre é a que tem menos municípios habilitados – somente quatro, que inclui a capital mais Cachoeirinha, Glorinha e Gravataí.

Conforme o mapa preliminar da 16ª rodada, 321 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 8.122.796 habitantes, ou seja, 71,7% da população gaúcha (total de 11.329.605 habitantes).

Texto: Ricardo Sander
ricardosander@independente.com.br

 

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