A origem da coxinha, certamente, é rondada de histórias. A mais famosa delas é da escritora Nadir Cavazin. No livro Histórias e Receitas, a autora contou uma história bem curiosa sobre a coxinha ― e bem duvidosa.
A coxinha teria sido criada em Limeira, no século 19. Diz a lenda que a nobreza imperial escondia um menino na Fazenda Morro Azul. Ele seria filho da Princesa Isabel, herdeira do Império do Brasil e do Conde D’Eu e seria mantido longe da corte porque era tinha deficiência mental.
Essa criança exigia cuidados intensos na alimentação e era muito “chato” para comer. Ele só comia coxas de galinha. Os outros pedaços da ave, como peito e asas, eram rejeitados e servidos às outras pessoas.
Ouça o comentário
Certa vez, a cozinheira da fazenda não tinha número suficiente de coxas de frango para o menino e, com medo de represálias, resolveu transformar uma galinhada inteira em coxas. Ela preparou uma massa de batatas, desfiou o frango e recriou uma coxinha de galinha. Para a surpresa, o filho da princesa amou o quitute e passou a pedir apenas pela tal “coxinha de galinha”.
Com a fama, até a imperatriz Teresa Cristina teria ido a Limeira para experimentar o famoso quitute adorado pelo neto. Ela gostou tanto que solicitou que o modo de preparo fosse fornecido ao mestre da cozinha imperial, no Rio de Janeiro.
A história é boa, mas pouco consistente. Não há documentos nem relatos oficiais de que isso teria acontecido. Todos os filhos da princesa Isabel moravam com ela no Rio.
A princesa, inclusive, já devia conhecer a coxinha. Provavelmente, o quitute desembarcou por aqui muito antes, por volta de 1808, quando a D. João e a família real escaparam das tropas napoleônicas e se instalaram no Brasil.
Ao Estadão, o chef franco-brasileiro Laurent Suaudeau garante que a receita original da coxinha é francesa e que outros países, como Portugal, já faziam, inspirados na culinária francesa.
A tese do cozinheiro francês é apoiada na obra do grande chef Antonin Carême (1784-1833). Entre as páginas 268, 269 e 270 do livro L’Art de la Cuisine Française au XIXème Siécle – Traité des Entrées Chaudes, de 1844, o cozinheiro ensina a fazer um “croquette de poulet” (croquete de frango) e aconselha moldá-la “em forme de poires” (“no formato de peras”).
“Obviamente, a receita foi modificada no Brasil”, disse Laurent em 2011. “Mas, do ponto de vista técnico, é a mesma.”
A coxinha parece ter chegado a Portugal na corte enquanto d. Maria I governava. Ela contratou o chef francês Lucas Rigaud, que publicou em 1780 o livro Cozinheiro Moderno. Na reedição de 1999, uma das receitas chama atenção: “Coxas de frangas ou galinhas novas”.
Tomem dez, ou doze coxas de galinhas, desossem-se, recheiam-se, e que leve no meio um pouco de salpicão de peitos de galinhas assadas, (…) tudo passado ao branco bechamel bem ligada com gemas de ovos; fecham-se as coxas muito bem com barbante, e agulha; depois de muito bem aradas, ponham-se a cozer (…) estando cozidas, passam-se por ovos batidos, cubram-se muito bem duas vezes de pão ralado fino e fritam-se com manteiga de porco bem quente.”
Alguns pesquisadores, como Câmara Cascudo na sua obra Antologia da Alimentação no Brasil, dizem que a coxinha foi criada no século 19, na região da Grande São Paulo, durante a industrialização. Ela teria sido criada para ser vendida como substituto mais barato e mais durável que as tradicionais coxas de galinha que eram vendas certeiras nas portas de fábricas.
Acontece que os imigrantes italianos eram grande parte da massa trabalhadora neste período e, provavelmente, modificaram a coxinha francesa para se parecer com um quitute italiano, o arancini. Quem visitou a Itália já deve ter notado (ou até se confundido com) o salgado, que é idêntico (ao menos na aparência) com a coxinha brasileira.
Porém, por dentro, ele é bem diferente, feito de arroz e diversos outros recheios, sendo o mais comum ragu de carne com molho de tomate. A semelhança é tamanha que, no país da bota, os italianos chamam a coxinha de “arancini brasiliani”, ou “arancini brasileira”.
O ponto é que provavelmente a coxinha brasileira teve influências tanto francesas, quanto italianas nos últimos séculos até chegar à receita atual… Ela é uma prova (deliciosa) das misturas étnicas, culturais e gastronômicas que o Brasil passou em sua história.
MASSA DE COXINHA
Ingredientes:
- 250 ml de leite
- 250 ml de água
- 1 colher (sopa) de salsa picada
- 1 tablete de caldo de galinha
- 1/2 colher (sopa) de manteiga
- 200g de farinha de trigo (sem fermento)
Modo de Preparo:
Numa panela, coloque o leite, a água, a salsinha, o caldo de galinha e a manteiga.
Mexe e leve ao fogo médio.
Assim que começar a ferver, baixe o fogo e adicione a farinha de trigo de uma vez.
Mexa sem parar para pode cozinhar a massa.
Quando começar a desgrudar da panela e virar uma bola, desligue o fogo.
DICA: Prove a massa para ver se não está com gosto de farinha de trigo. Mas cuidado para não queimar a massa.
Transfira a massa para um superfície lisa e cubra com um plástico filme.
Aguarde esfriar um pouquinho, mas não muito.
Em seguida sove a massa ainda morna por alguns minutinhos.
Depois é só rechear e modelar suas coxinhas.
Para empanar misture 1 ovo batido com um pouco de leite e passar as coxinhas nessa mistura.
Depois passe na farinha de rosca e leve para fritar em óleo quente.
Essa receita de massa de coxinha tradicional rende aproximadamente 10 coxinhas média ou 25 coxinhas de festa
RECHEIO DE FRANGO
Ingredientes:
- 1kg de filé de frango
- 4 dentes de alho triturados
- 1 cebola grande cortada em cubinhos
- 1 lata de tomate pelado (ou molho de tomate)
- 1/4 xícara (chá) de salsinha picada
- pitada de açúcar
- sal e pimenta do reino à gosto
- Aproximadamente 1 e 1/2 xícara (chá) de água quente
Modo de Preparo:
Primeiro corte os filés em cubos.
Coloque um fio de azeite na panela de pressão e doure levemente os cubos de frango.
Acrescente a cebola, o alho e o tomate pelado (ou molho).
Em seguida tempere com sal, pimenta do reino, pitada de açúcar e salsinha.
Cubra o frango com água e tampe a panela de pressão.
Depois que a panela pegar pressão, conte 20 minutos.
Deixa a pressão sair sozinha e destampe a panela.
O frango vai estar quase desfiado, mas ainda vai ter alguns pedacinhos.
Então tampe a panela novamente, e chacoalhe bem (COM VONTADE!), fazendo isso o seu frango vai ficar bem desfiado.
Depois disso o seu frango estará bem temperado e já desfiado.
Passando no seu site novamente…
Você ja passou no meu?
Aguardo…