Vereadores voltam a criticar o transporte coletivo de Lajeado

Calendário de eventos de 2021 é aprovado, mas vereadores contestam promoção do Dia do Evangélico pela Câmara


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Sessão foi novamente realizada de forma virtual (Foto: reprodução/facebook)

A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Lajeado desta terça-feira (15) novamente foi virtual por conta de casos de coronavírus entre vereadores e assessores. Após Sérgio Kniphoff (PT) e Eder Sphor (MDB) testarem positivo para a doença, agora o presidente da casa Lorival Silveira (PP), apresentou sintomas e irá realizar o teste.


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O descontentamento da população com a empresa responsável pelo transporte coletivo no município, Expresso Azul, foi trazido por Marquinhos Schefer (MDB) e Eder Sphor. Schefer comentou sobre a resposta da empresa a seu ofício enviado na última sessão. “Estou mandando mais um requerimento, porque as pessoas estão reclamando que estão esperando mais de duas horas nas paradas. Isso não tem condições. A população está indignada. Temos que fazer alguma coisa”, comentou.

Sphor disse que também tem ouvido de muitas pessoas a mesma reclamação. “Estou ouvindo de várias pessoas, e até acho que a empresa Expresso Azul deveria saber que as pessoas estão dizendo ‘volta Scherer’, pois não estão satisfeitas com o serviço atual”, contou.

Quem também usou seu espaço para falar sobre o transporte coletivo foi Nilson Duarte (PP). Conforme ele, o descontentamento tem levado as pessoas a usarem os serviços da empresa Uber. “O povo está insatisfeito com o transporte coletivo e a empresa reclama dos Uber, que acabam tirando os passageiros da empresa de transporte. Mas é só olhar o preço da passagem. O Uber está sendo prático para os usuários”, ressaltou.

Nilson também comentou sobre as restrições impostas pela prefeitura para evitar aglomerações. Segundo o vereador, as novas regras têm preocupado pastores e líderes religiosos. “É complicado, as igrejas estão limitadas. Limitaram em 30 pessoas os cultos e missas, não importa se a igreja é grande ou pequena, é 30 pessoas. Deveriam fazer uma porcentagem. É um abusrdo isso. No supermercado tem 300 pessoas”, disse.

Seguindo na mesma linha, Carlos Eduardo Ranzi (MDB), concordou com Nilson e disse que é preciso rever algumas restrições. “Tenho que concordar com o vereador Nilson. O senhor vai ver que é muito mais fácil pegar covid em um banco do que em um parque, porque esses espaços são abertos. Então não faz sentido fechar um parque ou espaço público. Acho que algumas questões durante esta pandemia se mostraram equivocadas”, comentou. Desde que Lajeado foi classificada em bandeira vermelha, há três semanas, seguindo as novas regras de distanciamento, os locais públicos como parques e praças permanecem isolados nos finais de semana.

Projetos

Um projeto em votação e que gerou polêmica foi o de autoria de Ildo Salvi (PSDB). A proposta permitia a prefeitura a regulamentar por meio de decreto o sistema cicloviário de Lajeado, sem que precisasse passar pela Câmara. A maioria dos vereadores se mostrou contra o projeto. Schefer disse que tanto a comunidade quanto o legislativo deveriam fazer parte da discussão. “A população precisa estar presente neste assunto. Não deveria colocar nas mãos da prefeitura. A população precisa participar”, argumentou.

Kniphoff seguiu na mesma linha de Schefer. “Acho que nós vereadores temos que participar deste debate sim e não deixar a prefeitura decidir por decreto”, disse. Ranzi justificou ser contra a proposta e disse que também é dever dos vereadores legislar pelo trânsito. “Acho boa a parte da justificativa do Salvi , mas pra ser bom não precisa deixar de passar pela Câmara. Devemos legislar pelo trânsito. Acredito que esse tipo de projeto de lei é um pouco ilegal”, comentou.

Salvi defendeu seu projeto e lembrou a lei aprovada pela casa, de autoria de Sérgio Rambo (PT), que permite o estacionamento em ciclofaixas. “Se ficarem atentos ao projeto, estamos pedindo para revogar aquela lei. Eu, como ciclista e cidadão, estou pedindo a aprovação do projeto, um projeto que beneficia os ciclistas. Em Lajeado não tem ciclofaixa porque os carros estacionam”, argumentou.

Após debate contrário ao projeto de Salvi, o líder de governo Waldir Gisch (PP), pediu o arquivamento da proposta, que foi aceito por quase todos os vereadores, exceto Mariela Portz (PSDB) e Salvi.

Na sessão foi aprovado o calendário de eventos para 2021 encaminhado pelo executivo. Expovale e Construmóbil, já constam nas datas do município, previstas para ocorrer em 23 a 26 de setembro e 29 de setembro a 3 de outubro do ano que vem. As feiras serão realizadas em conjunto, porque não foram promovidas em 2020.

Embora aprovado por unanimidade, o calendário de eventos gerou polêmica entre os vereadores. Ranzi votou a favor, mas sugeriu a criação de uma emenda para tirar do legislativo a responsabilidade de promover a atividade de Dia do Evangélico, programada para novembro. “Eu achei uma falta de boa vontade da prefeitura em colocar o dia do evangélico, que foi proposto pelo Nilson Duarte, para a Câmara, por isso quero fazer uma emenda pra mudar isso, porque o legislativo não promove eventos”, frisou.

Outro projeto aprovado pelos parlamentares foi o que permite abrir crédito especial para a Secretaria Municipal da Saúde, no valor de R$ 100. Embora também aprovado por unanimidade, a proposta foi alvo de comentários irônicos por parte de Ranzi e Rambo. “Apesar de gastar mais em papel do que no valor sou a favor”, disse Ranzi. “Gastaram mais do que R$ 100 para fazer o projeto, mas voto a favor”, ironizou Rambo.

Texto: Caroline Silva

jornalismo@independente.com.br

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