Os araticuns

Cabeça de nego, pinha, fruta do conde, graviola ou etemóia conheça as variantes da fruta.


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A palavra araticum é como os índios guaranis chamavam os frutos moles. E usado para diversas frutas da família “Annonaceae” e o Brasil tem diversas assim conhecidas e muitos nomes científicos para identifica-los. Coloquei alguns para quem tiver interesse entrar na internet e ver as fotografias para conhecer.

Quem viveu a infância andando pelos matos da região nesta época era comum comer araticum do mato, também chamado por alguns de quaresma pela coincidência com este período. Outros nomes pelas quais são conhecidas: cabeça de nego, pinha, fruta do conde, graviola e etemóia. Consegue distinguir uma da outra? É complicado porque são muito parecidas e todas pertencem à mesma família e com vários nomes conforme a região onde estão localizados. E a comercialização de outras regiões, tem trazido vários frutos que não são nativos do estado e estão no mercado. Mas todos são alimentos gostosos ricos em vitamina, Vit. C, complexo B, e fibras. De baixas calorias variando de 80 a 100 para cada 100 gramas com baixa densidade de proteínas, carboidratos e lipídios. Também importantes fontes de antioxidantes.

A pinha (Annona esquamosa) e a fruta do conde (Annona coriácea), são exóticas para o RS e menores com casca mais rugosa e redondinha e recomendada para tratamentos de diarreia e desnutrição. Leva este nome porque a primeira muda foi plantada pelo Conde de Miranda em 1626 na Bahia.

O araticum tem tamanho maior polpa rosada ou amarelada, gomos facilmente retirados. Recomendado para regularização dos intestinos. Tem o araticum cagão ( Annona cagans), araticum do cerrado ou cabeça de negro ( Annona crassiflora). No RS temos diversos araticuns nativos como: Annona sylvatica, deve ser o da nossa região, que ocorre na floresta atlântica indo até Candelária na depressão central e eventualmente em Pelotas. O (Annona neosalicifolia) ocorre no alto Uruguai e nas florestas do Jacuí e Ibicuí indo até Camaquã, este deve também aparecer por aqui. O (Annona glabra) ocorre no litoral norte e esta em extinção. Aparece também o biribá (Rollinia mucosa) conhecido também como fruta do conde.

A graviola é exótica e vem sendo plantada comercialmente ( Annona reticulata ou muricata) com casca mais lisa e espinhos aparentes, gomos difícil de serem retirados e o gosto é mais ácidos. Usado para fazer picolés, sorvetes, mouses e sucos. Tem ganhado fama no combate ao câncer devido a um de seus componentes. Mas esta em estudo para a confirmação científica.

A atemóia (Annona atemoya) é origem de um cruzamento feita por pesquisadores da fruta do conde com a cherimólia, outra da família anonácea. Muito rica em açúcar natural, daí a contraindicação para que tem problemas com a diabética.

Produtores descobriram este mercado dos araticuns e produzem frutas melhoradas pela pesquisa e conseguem bons preços. Podas, adubação e manejo de plantio têm melhorado a apresentação e tamanho destes araticuns. Além de estas frutas serem comidas “in natura”, pode ser feitos: licor, biscoito, mouse, calda, bolo com laranja ou acerola e outras tantas receitas disponíveis na internet. A EMBRAPA tem folder com algumas informações das frutas e receitas no trabalho “Frutas do Brasil”.


DICA:
Doce de araticum (EMBRAPA)

Ingredientes: 200 gramas de polpa, 200 gramas de açúcar e 200 gramas de suco de laranja.
Passar a polpa por uma peneira e juntar o açúcar e o suco. Levar ao fogo até ficar pastoso. Retirar do fogo, esfriar e colocar no recipiente.

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