Agricultura de precisão, digital e Agro 4.0

Confira o comentário do engenheiro agrônomo Nilo Cortez


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Foto: Ilustrativa / Divulgação

Os mais experientes devem estar lembrados como mediam as propriedades antigamente. Usavam cordas com nós a cada metro e iam espichando morro acima morro abaixo. Depois vieram os teodolitos com mais precisão usados pelos engenheiros agrônomos e agrimensores.

Para medir uma área de terra precisava de seis pessoas: uma no teodolito, outra na régua (mira), dois levando a trena que media a distância, mais um carregando as estacas para serem colocadas nos pontos e o mateiro que ia na frente abrindo picada. E vários dias de trabalho. E depois ia ainda para o desenhista fazer o mapa em papel vegetal e nanquim.

Mais adiante veio os aparelhos a “laser” que facilitava a vida de quem trabalhava. Tinha o que ficava no aparelho, outro na régua, um colocando estacas e o mateiro abrindo picada. Mas, as visadas eram mais longas e precisas. E os pontos marcados facilitavam a elaboração dos mapas que se colocava no programa no computador.

E hoje é possível sentar em frente ao computador que tem o programa de medição de terra e GPS. A fotografia da propriedade por satélite e o produtor conhecendo a área em pouco tempo e com muita precisão se tem a medição e inclusive sai com cópia (mapa).

A evolução da tecnologia da informação (TI) fica a cada dia mais disponível para a agricultura e pecuária facilitando a vida dos técnicos e agricultores. E não é tão nova assim, guardando as proporções das épocas. A Europa em 1980 já fazia mapas de produtividade, e os EUA adubavam por zona conforme a produtividade. Claro que não com a precisão atual. O Brasil em 1995 já importava máquinas colheitadeiras que monitoram a produtividade.

Foto: Ilustrativa / Divulgação

Agricultura de precisão: veio trazer para a agricultura e pecuária a precisão das informações que são obtidas. A mais conhecida entre nós é o GPS que usa o satélite para determinar os pontos na propriedade. Com eles é possível fazer adubação, correção do solo, aplicação de agrotóxicos em locais determinados, e tantas outras. A entrada de “Drones” veio dar mais precisão e facilidade ainda em monitoramento de lavouras podendo inclusive determinar onde estão as pragas e doenças a serem combatidas.  Hoje é possível fazer mapas de produtividade, avaliar correção na adubação, quantidade colhida por zona de lavoura, georreferenciamento do solo. Na PECUÁRIA pode ser usada na identificação de animais, pesagem, uso de colares com censores, alimentadores e bebedouros automáticos, estações meteorológicas, irrigação de pastagens e por aí vai.

Foto: Ilustrativa / Divulgação

Estas tecnologias fornecem dados, números e tantas informações que precisam ser trabalhadas. Aparece então a AGRICULTURA DIGITAL, AGRO 4.0 OU 4.0. As informações passam a ser “ferramentas” fundamentais para o produtor rural saber como anda a sua propriedade, gerenciar cada uma de suas lavouras ou criações. Ele pode fazer a análise econômica, saber se está ganhando e quanto. E para facilitar aparece os APLICATIVOS (APP) que são programas prontos para serem usados e pôr os dados coletados pelas tecnologias anteriores. Pode ter um para a lavoura de milho, ou criação de suínos, em fim de cada atividade que realiza. E ainda outra que faz a gestão de toda a propriedade como uma empresa que é, seja grande ou pequena.

A Embrapa tem publicações, trabalhos e informações interessantes no seu Said e a Emater/RS já tem atividades com produtores e orientações que podem ser obtidas junto aos escritórios.

E o que tem sido bem interessante é que estas tecnologias atrai os jovens que estão mais ligados nestes aparelhos que nós os mais veteranos. O nosso negócio conta no papel, lápis e borracha e uma máquina de calcular para ajudar. Já estamos avançando ao lidarmos no celular.

Cabe agora botar esses moços e moças no negócio, é a sucessão da propriedade digital. Esperem para ver.

Por Nilo Cortez

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