Uma feira do livro tem o potencial de estimular a formação de novos leitores, bem como aguçar a curiosidade do público para conhecer novas obras literárias. A opinião é da professora universitária, doutora em Letras e escritora homenageada da 17ª Feira do Livro de Lajeado, Rosane Cardoso.
“Uma feira do livro revitaliza a questão da leitura, porque as crianças, pensando nelas especificamente, elas transitam, percebem que a leitura pode ser um espaço divertido. Elas veem novidades, elas saem de um ambiente mais fechado da escola, participam de atividades que fazem com que o livro seja visto de outras formas – oficinas, a relação com a música também. Então, são coisas que fazem com que a literatura tenha um outro rosto. A literatura também pode ser divertida. Como a leitura está muito escolarizada, às vezes as crianças pensam que é sempre um dever, uma obrigação, principalmente os mais velhos, e estar nesse ambiente festivo só tem a favorecer”, destaca a homenageada.
Para ela, escritores falando dos seus livros aguça a curiosidade. “Isso faz com que a gente queira ler, queira conhecer, e a feira dá essa visibilidade”, percebe ela.
Rosane diz que foi uma emoção e uma surpresa ser escolhida como homenageada. “Emoção bastante grande, completamente inesperada. Não imaginei que isso pudesse acontecer, até porque eu me dedico à escrita mais técnica e teórica, de pesquisas. Trabalho com formação de leitores e leitura há muito tempo, mas não me dedico ao texto literário, mas foi uma grata surpresa”, comemora.
A professora e escritora diz que Lajeado e o Vale tem uma condição diferenciada para a leitura. “Eu vejo, sim, um diferencial, não só em Lajeado mas na região, que tem a ver com esse incentivo na leitura, que é visível. Também tem a questão do poder aquisitivo, que é um fator importante para fomentar a leitura. Eu vejo, sim, que aqui em Lajeado existe uma política voltada à leitura. Me parece que, de modo geral, ‘estamos bem, obrigada’”.
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Perfil
Como pesquisadora, Rosane atua explorando a memória e violência na narrativa latino-americana contemporânea, além da literatura infantil e juvenil em língua espanhola. Seu portfólio de publicações inclui “Espaços de memória na literatura espanhola e hispano-americana” (2020) e “Princesas que viram monstros: o corpo feminino no conto de fadas” (2020), entre outras obras.
Além disso, ela participa ativamente dos Grupos de Pesquisa do CNPq “Identidade e literatura Latino-americanas” e “Práticas do Ensino em Letras”, demonstrando seu engajamento no avanço dessas áreas.
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Texto: Tiago Silva
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