Agricultores familiares acumulam prejuízos pela falta de energia elétrica no Distrito de Forqueta, em Arroio do Meio

São mais de 60 famílias produtoras de leite, suínos e frangos afetadas pelo desabastecimento, que perdura desde o temporal da terça-feira (16)


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Elemar, Nércio e Márcia Kremer (Foto: Luís Fernando Wagner)

Cerca de 60 famílias de pequenos produtores rurais do Distrito de Forqueta, no interior de Arroio do Meio, amargam prejuízos em função da falta de energia elétrica desde a noite da terça-feira (16), quando a região foi atingida por um temporal. O evento climático severo danificou a rede de distribuição elétrica, prejudicando o serviço em diversos municípios da região.

Por outro lado, os clientes da concessionária RGE, responsável pela distribuição de energia elétrica, reclamam da recorrente falta de luz, dificuldade de contato com o serviço de atendimento ao consumidor e morosidade no restabelecimento da energia.

“Nós temos constantemente a falta de luz. A qualquer vento, ficamos sem energia. E sempre dura entre 2h e 48h para voltar a luz. Agora, já são mais de 50 horas sem energia. Nós tentamos entrar em contato com eles (RGE), mas ninguém consegue”, lamenta o produtor Nércio Kremer (60).

Sem ter alternativa, Nércio precisa fazer de forma braçal o trabalho automatizado. “Trabalho com terminação de suínos. Agora, enfrento problemas com o transporte da ração até os coxos. O alimento passa por uma esteira e chega até os coxos. Mas sem luz, preciso fazer isso manualmente. Desde terça-feira (16), já carreguei duas toneladas de ração no braço”, comenta.

Irmão de Nércio, Elemar Kremer (62) também já soma os prejuízos na produção leiteira na propriedade da família. “Sem luz. Não tem como resfriar o leite ordenhado. Já perdemos mais de 50 litros de leite. São R$ 1,000,00 de prejuízo, fora outras despesas”, pondera.

Por outro lado, o abastecimento de água foi normalizado na localidade, graças à associação responsável pelo serviço em Forqueta, que possui um gerador próprio para o bombeamento de água para as propriedades do distrito arroio-meense.

Nércio também teme pela segurança da família, uma vez que diversos postes de madeira que circundam sua propriedade estão poderes. “Tem postes podres que podem cair em cima da casa a qualquer momento. É preciso que sejam trocados por postes de concreto. Isso iria terminar com nosso drama, de a qualquer hora cair um poste.”

A reportagem entrou em contato com a concessionária RGE, e aguarda um posicionamento da companhia.

Texto: Luís Fernando Wagner
[email protected]

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