Estive em alguns restaurantes abertos mais recentemente em Lajeado, e o que me surpreendeu, mais do que a qualidade da comida, foi um detalhe do serviço de atendimento. Em um dos casos, o garçom, ao entregar o cardápio, foi logo avisando: “se quiser pedir algo que não está aqui ou solicitar alguma alteração, fique à vontade, nossa cozinha não é rígida”. Opa, já gostei! Em outro restaurante, perguntei sobre a possibilidade de fazerem um molho que não constava no cardápio, e eles prontamente atenderam meu pedido.
Os exemplos podem parecer algo muito sem importância, mas basta dar uma circulada por aí pra ver que esse tipo de flexibilidade não é uma regra, ao menos não nas cidades menores. Acha que estou exagerando? Pois uma amiga me contou que esteve em um local prestigiado aqui da cidade e, ao pedir um café preto com um pouquinho de leite, conhecido “pingado”, lhe disseram que não seria possível atender o pedido: ou serviriam o café preto ou o café com leite, metade café e metade leite. Isso me lembrou que, há alguns anos, havia um trailer de lanches que só permitia você retirar no máximo três ingredientes do seu pedido. Tipo, se você não gosta de ervilha, milho, catchup e mostarda, não poderia ter seu lanche sem esses quatro itens, teria de escolher somente três, comprometendo totalmente o resultado da sua experiência. E não pense que essa regra se devia ao fato de ser um local muito procurado, com filas que não comportassem um atendimento mais individualizado.
Quando você trabalha sem margem nenhuma para manobras, isso o impede de se diferenciar num mercado em que tantas variáveis influenciam a decisão do cliente. Certa vez, ouvi algo mais ou menos assim: aprenda com a natureza, a falta de flexibilidade causa rompimento nos galhos, nos relacionamentos e nos negócios.
