Fonte: Divulgação

Com o endereço preservado, o vigia responsável pela segurança das abrigadas, é o único homem na Casa Viva Maria. A casa que desde 1992 acolhe mulheres vítimas de violência em Porto Alegre. Escondidas em um endereço sigiloso, elas abdicam da própria liberdade para escapar de ameaças de morte.

A casa abrigo da capital gaúcha é uma das mais antigas do país em funcionamento – está prestes a completar 25 anos. Ao longo de duas décadas e meia, segundo registros da própria instituição, mais de duas mil mulheres passaram pelo local, recebendo orientações ou acolhimento. Uma média de 80 a cada ano.

Normalmente, as vítimas são atendidas em algum serviço da capital, como postos de saúde, delegacias ou centros de referência, e dali são encaminhadas ao novo lar provisório.

“A casa não é um albergue, é um espaço de proteção que tem um programa”, reforça a assistente social e coordenadora da Casa Viva Maria, Saionara Santos Rocha. “Esse espaço é para quando, realmente, a mulher está em risco de morte, não é uma situação de vulnerabilidade”, completa.

Mantido pela prefeitura da capital, vinculado à Secretaria de Saúde, o espaço fica à disposição da abrigada pelo tempo necessário para que se organize e encontre um lugar seguro e definitivo para ficar. Esse tempo varia, algumas precisam de apenas alguns dias, outra levam meses.

A lei que criou a casa, em 1992, prevê um período máximo de 90 dias para permanência da mulher. Entretanto, a coordenadora do espaço garante que esse tempo é negociável, e que é feita uma análise caso a caso. O local tem capacidade para receber 11 famílias simultaneamente.

O papel e as regras do abrigo

Quando se mudam para a casa abrigo, as mulheres abrem mão de muitas coisas, começando pelo endereço. O celular é recolhido logo na entrada, e elas passam a ter horário para sair e chegar.

A partir das 18h, ninguém mais sai. Às 22h30, todas entram para a ala dos quartos, cuja porta principal permanece trancada até amanhecer. Hora de dormir. As regras da Casa Viva Maria foram estabelecidas com a intenção de garantir a segurança da mulher.

A casa conta com uma equipe técnica interdisciplinar, formada por uma assistente social, uma psicóloga, uma enfermeira, uma nutricionista e duas terapeutas ocupacionais.

O grupo realiza uma série de atividades com as abrigadas, que participam de discussões sobre direitos da mulher e empoderamento. Também há encontros direcionados às crianças, que, muitas vezes, sofrem violência junto com a mãe. Cada família possui um técnico de referência, responsável por acompanhar a evolução da mulher desde a entrada na casa até o desligamento.

Fonte: G1

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