Em uma entrevista ao Acorda Rio Grande desta segunda-feira (15), o diretor de Geração e Comercialização de Energia da Certel, vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari/Antas e coordenador do Fórum Gaúcho de Comitês de Bacias, Julio Cesar Salecker, falou sobre os desafios enfrentados pela bacia, que se estende por mais de 500 quilômetros, e as ações prioritárias defendidas pelo Comitê para mitigar as consequências das catástrofes, especialmente após as enchentes de 2023.
Uma das mudanças significativas apontadas por Salecker é a transformação no Rio Taquari, que agora se apresenta mais largo, mais raso e com a presença de resíduos provenientes das enchentes do ano anterior.
O Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari/Antas defende diversas ações para reduzir os impactos de cheias nas cidades que compõem a bacia. Salecker destacou as que envolvem os municípios do Vale do Taquari:
Construção de barragens a montante, nas cabeceiras, para retenção da água, com a proposta de 10 a 15 unidades.
Limpeza e dragagem do rio para eliminar resíduos acumulados.
Investimento em matas ciliares e preservação de banhados.
Controle rigoroso sobre o uso e ocupação das áreas urbanas.
Implementação de sistemas de monitoramento e evacuação coordenados pelas defesas civis.
Dejetos no rio
Quando o assunto é tratamento de esgoto e depósitos no rio, Salecker apontou para o principal problema atual: o despejo de carga orgânica rural, especialmente proveniente do esterco de porco.
A preocupação com a qualidade da água e a saúde do ecossistema fluvial destaca a necessidade de regulamentações e práticas mais rígidas no manejo desses resíduos.