Como lidar com a catástrofe?

A organização é fundamental para evitarmos novas perdas tão dolorosas, se houverem novos eventos, mesmo que de proporção menor ou diferente


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Foto: Carolina Leipnitz

Não esqueça de marcar a opção “sou morador de área de risco” no questionário,
caso você seja. Caso não seja, responda também, tem uma opção lá pra você!
Como estar mais bem preparado para eventos de desastre, para evacuação
emergencial.

As indicações a seguir são sugestões para preparar você e sua família para um
eventual momento de evacuação emergencial. Não serve só para moradores de
áreas de risco, afinal, incêndios, vazamentos de gás, vendavais não tem área de
risco.

● Tenha um kit de emergência (vou explicar mais além)
● Tenha um contato de emergência
● Desligue o disjuntor geral de energia elétrica
● Desligue o registro geral de água
● Desligue o gás, se for fornecimento geral, ou ao menos feche o botijão
● Leve consigo ou solte na rua animais de estimação
● Saiba por onde dá para sair da casa. Nem sempre a porta vai ser uma opção,
tenha um plano B, lembre-se de pessoas com deficiência de mobilidade,
idosos, bebês de colo
● E combine antes quem faz o que, para não dar correria
● Faça simulações, testes. Saiba quanto tempo sua família leva para sair de
casa em segurança e com tudo que precisa

Sobre o kit de emergência:
1) Cópia da chave de casa;
2) Dinheiro (sem energia elétrica não tem cartão de débito, crédito, às vezes nem
PIX), não precisa ser muita coisa, o quanto der;
3) Cópia de documentos de identidade de todos da família;
4) Cópia de receita de remédios de uso controlados. Só a cópia não resolve, mas
ajuda a conseguir uma receita nova;
5) Remédios de uso contínuo (pressão, anticoncepcional, antidepressivo, etc.) Só
lembre de trocar cada vez que comprar novo. Consuma todo o remédio antigo e
reponha com o que acabou de comprar. Fique atento para a validade;
6) Apito, lanterna (cuidado com as pilhas para não vazar e estragar as coisas do
kit), sinalizador;
7) Lista de contatos importantes. Melhor se conseguir plastificar;
8) Carregador de celular, power bank;
9) Primeiros socorros;
10) Cópia de documentos, como escritura da casa, documento do carro, fotos
importantes e queridas (poucas, lembre-se que tem que carregar depois);
11) Água (não esqueça de trocar, mesmo procedimento dos remédios);
12) Comida: barrinha de cereal, rapadura, bananada, algo pequeno, saudável e que
dê energia (também precisa ficar atento ao prazo de validade). Se estiver com
animais, lembre de ração também;
13) Produtos de higiene: escova e pasta de dentes, sabonete, desodorante,
absorventes;
14) Roupa íntima, muda de roupa, agasalho, coberta.
Os itens 1 a 7 são os mais importantes. Monte o kit com o que você dispõe, com o
que achar que é importante. Pode ser um kit pequeno, só um pote, ou uma mochila.
É importante guardar tudo em sacos plásticos, para não molhar.
O kit deve ser guardado em lugar acessível, de preferência onde seja visto
diariamente, para não ser esquecido.

Sobre o contato de emergência:

A ideia deste contato de emergência é que seja alguém que possa recolher
informações sobre todos da família. De preferência alguém que não esteja no
mesmo contexto de desastre que a gente.

Imagine que os integrantes da família se separaram durante a evacuação. Tentar
ligar um pro outro pode não dar certo, por vezes não se consegue linha a qualquer
momento, ou internet. Ou mesmo é preciso desligar o celular pra economizar
bateria, ou até perde-se o celular. Se tivermos alguém seguro, pode ser residente de
outra cidade, de qualquer lugar, que podemos ligar e informar se estamos bem e
onde estamos, quando o outro familiar ligar, vai conseguir saber de nós. Se ficarmos
tentando contato entre nós, pode ser muito mais difícil.

Sobre a ficha pessoal de emergência:

Outra providência que pode ajudar em emergências, e esta é válida para qualquer
emergência, até emergência médica quando se está na rua, é carregar uma ficha ou
cartão, de preferência impermeável com algumas informações pessoais e médicas.
Esta ficha é individual e cada pessoa deve carregar a sua, especialmente as
crianças.

Imagine que seja resgatado e não consiga falar, pode ser até um acidente de
trânsito, fora do contexto de risco. Nessa ficha podemos colocar nosso nome,
telefone, contato de emergência, tipo sanguíneo, se souber (se não souber, vale a
pena procurar um laboratório e fazer a tipagem, não é um exame caro), alergias,
cirurgias importantes, qualquer coisa que possa ser importante para um socorrista.

Abaixo deixo um modelo, mas pode ser feito da forma que achar melhor, inclusive
todo escrito à mão.

NOME:
DATA DE NASCIMENTO: TIPO SANGUÍNEO:
EMERGÊNCIA LIGAR PARA:
ALERGIAS:
CIRURGIAS:

Muito disso pode ser feito no celular. Em geral os celulares têm uma opção de
emergência que permite usar algumas coisas sem desbloquear o celular. Então um
socorrista pode pegar o nosso celular, ligar para os contatos que listamos como de
emergência, e consultar alguns dados médicos. Procure isso no celular, pode ajudar
muito em uma emergência. Mesmo assim, carregue a ficha consigo.

Este material foi desenvolvido a partir da atuação da autora junto aos grupos PEAD
(Programa de Educação Ambiental em Desastres) e LaVuRS (Laboratório de
Vulnerabilidades, Riscos e Sociedade) da Universidade FEEVALE.

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