Como você tem lidado com as pancadas da vida?

Não existe uma única fórmula ou solução para tratar de nossas profundezas, mas a psicoterapia psicanalítica é um caminho interessante


1
Foto: Reprodução

Cheguei no meu consultório e me deparei com uma parede de vidro trincada. Devido a algum tipo de pressão ou a uma pancada externa, o vidro craquelou de cima a baixo, ficando preso ao adesivo que o cobria do lado de fora. Me assustei, pensei que pudesse cair a qualquer momento. Por segurança, me informei sobre essa possibilidade e disseram que isso não aconteceria.

Então, o que me resta fazer depois de solicitar a troca, é conviver com o vidro rachado. Aproveito para pensar. A situação provoca diferentes ideias. Começo pela primeira. Supomos que esse vidro seja você, querendo dar conta das tantas e tantas pressões da vida. Num belo dia, sem mais nem menos, uma pancada qualquer te atinge e você não dá conta da tensão, sente como se estivesse se fragmentando. O que acontece depois?

Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga (Foto: Tiago Silva)

Bem, se não tiver um suporte de ego suficiente – o adesivo -, é possível que você caia na hora, se despedace mesmo, causando um estrago muitas vezes irreparável. Agora, se você puder contar com um reforço interno mais consistente, é provável que consiga se manter de pé, ainda que repleto de rachaduras.

Daí você poderia me perguntar: como saber se eu tenho essa força ou se eu estou prestes a desmoronar? Eu devolvo a pergunta: quantas vezes você sofre com bobagens no seu dia a dia, se sente no limite e tem medo de explodir? Quantas vezes você se machuca ou machuca os outros sem intenção? Quanto da sua energia se perde por aí a ponto de não sobrar o suficiente para investir nos seus objetivos?

Caso tenha se identificado com essas questões, busque ajuda. Não existe uma única fórmula ou solução para tratar de nossas profundezas, mas a psicoterapia psicanalítica é um caminho interessante, que pode te ajudar a encarar e a sustentar as pressões do viver, produzindo os teus próprios recursos para não sucumbir.

Texto por Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga

1 comentário

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui