O Conselho da Comunidade de Assistência ao Apenado do Presídio Estadual de Lajeado realizou na manhã desta sexta-feira (7), sua reunião mensal. O encontro ocorreu na sala de audiências do Fórum da Comarca lajeadense. Na oportunidade, o presidente da entidade Miguel Feldens anunciou a destinação de R$ 40 mil para o conselho. A verba é proveniente da Vara de Execuções Criminais de Estrela. “Utilizaremos este dinheiro para melhorias na segurança do complexo prisional. Pretendemos aumentar o muro e instalar uma rede de cobertura, para evitar a entrada de celulares e outros objetos dentro do presídio”, revela Feldens.

O presidente também informou que representará o Brasil em um congresso prisional na Costa Rica, na América Central. “Neste evento, que acontece no dia 23 de abril, vou apresentar um relatório sobre os projetos educacionais que desenvolvemos no presídio de Lajeado”, adiantou.

Feldens ainda disse que pretende incentivar a realização de cursos profissionalizantes para os apenados tanto do presídio feminino como do masculino. “Vamos tentar trazer uma Unidade Volante do Senai para a casa prisional”, afirmou.

O Secretário Municipal de Segurança Pública, Paulo Roberto Locatelli, confirmou a realocação de três câmeras de videomonitoramento para auxiliar na vigilância na área externa do presídio.

Situação do complexo prisional e da segurança pública lajeadense recebem duras críticas

A situação do Presídio Estadual e a realidade criminal vivenciada no município repercutiram na reunião. O Promotor da Vara de Execuções Criminais Éderson Maia Vieira, citou reportagem especial publicada no jornal O Informativo do Vale. “Reafirmo tudo aquilo que foi publicado na reportagem. Não podemos negar, por exemplo, que o presídio é dominado por uma facção de Porto Alegre. Aliás, não só lá dentro. Esse mesmo grupo criminoso também age fortemente fora do presídio”, disse.

O representante do Ministério Público também lamentou a inoperância do Estado e cobrou maior paridade na distribuição de detentos entre os presídios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Lajeado. “Cabe salientar que o presídio de Lajeado é uma cadeia pública e não penitenciária, ou seja, deveria abrigar somente presos em flagrante. Após o ação penal concluída, deveria ser transferido para uma penitenciária e não ficar aqui, como vem acontecendo.”

O Comandante da 1ª Companhia da Brigada Militar (BM) de Lajeado, Capitão Luciano Johann apresentou números das prisões realizadas pela BM nos últimos anos. “Nos últimos três anos, as prisões só tem aumentado. A BM faz sua parte, mas sabemos que muitos dos que prendemos às 10h da noite, estarão soltos às 6h do outro dia. Tudo isso pela superlotação do presídio”, desabafou.

O ex-comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Taquari (CRPO-VT), Coronel Antônio Scussel, alertou para o futuro nebuloso das recentes conquistas da comunidade. “O Governo do Estado não nos dá nenhuma contrapartida pelas obras do Albergue Masculino nem do Presídio Feminino. Temo que em breve, estaremos aqui discutindo o sucateamento destes dos complexos”, disse.

A próxima reunião do Conselho da Comunidade de Assistência ao Apenado do Presídio Estadual de Lajeado, será no dia 12 de maio. LF

 

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