Um estudo citado pelo psiquiatra Rafael Moreno afirma que de 15 a 25% dos afetados pela enchente podem sofrer transtornos mentais. No quadro Direto ao Ponto desta segunda-feira (27), o profissional falou que o essencial é não ter vergonha de procurar ajuda.
“Boa parte das pessoas acabam não falando sobre isso, escondendo e às vezes manifestam suas ansiedades com uma dor ali, uma indigestão, um cansaço, mas não conseguem trazer à tona a causa real”, aponta Moreno.
De acordo com ele, o momento inicial se caracteriza pela sensação de stress e o ritmo acelerado provocado pela necessidade de sobreviver. Um mês após o episódio, a pessoa pode escutar o barulho de chuva e sons relacionados à cheia e se sentir como em um pesadelo. Por fim, podem surgir sensações como tristeza, cansaço, perda de vontade, levando à depressão e suicídio, dependendo da gravidade do caso.
“Temos que estar muito atentos ao que fazer lembrando que a maioria das pessoas que foram afetadas não tem plano de saúde, e a gente vai depender sim do sistema público de saúde”, ressalta o psiquiatra.
Para Moreno, se não houver o cuidado a nível de sistema público, uma nova catástrofe será enfrentada, dessa vez em relação às questões psicológicas.
Texto: Eduarda Lima
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