“Deverá ser o maior desastre do nosso estado”, alerta governador Eduardo Leite

Gestor destacou que esta enchente será maior que a de setembro do ano passado pelo que já choveu e pelo que vai chover


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(Foto: Reprodução)

“Deverá ser o maior desastre do nosso Estado”, alertou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, durante a coletiva de imprensa dada no final da tarde desta quarta-feira (1º), na sede da Defesa Civil Estadual, em Porto Alegre.

O gestor frisou que a diferença na comparação com a de setembro do ano passado, é que em 2023, no Vale do Taquari, houve uma enxurrada, mas em seguida o tempo deu condições para que fosse realizado o socorro e resgate das pessoas, o que permitiu que fossem salvas centenas de vida. Desta vez, como a chuva não cessou, existe a dificuldade de colocar equipes em campo.

Até o momento foram registradas 10 mortes, feitos 913 resgates, 114 municípios estão sendo afetados, mais de 1000 pessoas estão em abrigos e mais de 3400 estão desalojados, mas, conforme o governador, o número tende a aumentar. Além disso, foram registrados muitos deslizamentos e estradas estão interrompidas, são 66 pontos com bloqueios totais e 11 parciais. Nesta quarta, foram feitos 21 resgates no Vale do Taquari.

“A crise está em curso, ainda chove muito e vai chover ao longo das próximas horas. Vai ser pior do que a gente viu em setembro do ano passado pelo que já choveu e pelo que vai chover, não na velocidade que ocorreu em setembro, pois as águas devem subir num ritmos mais lento, mas com cota de inundação maior”, citou o governador. “Onde já chegou no ano passado, deverá chegar novamente e não teremos capacidade de fazer todos os resgates”, destaca.

Outra informação dada na coletiva é que os volumes de chuva são muito elevados e já superaram 400, 500 milímetros em regiões como o Centro do Estado. No momento, a situação mais crítica é na Bacia do Rio Uruguai, com destaque para o Rios Pardo, Taquari e Caí, que apresentam cheias históricas.

Deslizamentos de terra

Além da enchente provocada pelos rios e arroios, o governador alertou para os deslizamentos. Leite citou que do Vale do Taquari, os moradores de Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Canudos do Vale, Colinas, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Forquetinha, Lajeado, Marques de Souza e Muçum, que estão nas proximidades de encostas, devem sair de suas casas, já que o solo muito encharcado e isso facilita o deslizamento de terra.

Barragem 14 de Julho 

Outra preocupação dada pelo gestor é sobre as barragens que estão com volumes bastante expressivos de água, como é o caso da 14 de Julho. “Acabo de receber risco real em relação a uma das barragens, a 14 de Julho; caso continuem as chuvas, nós podemos ter um risco real de rompimento desta barragem. Municípios que são afetados são Cotiporã, São Valentim do Sul, Santa Bárbara, Santa Tereza, Muçum e seguindo pelo rio Taquari outros municípios”, cita.

Leite destacou que a barragem, que integra o Complexo da Companhia Energética do Rio das Antas (Ceran), tem plano de emergência, evacuação e análise sobre as localidades que poderão ser atingidas. “Cada barragem tem mapeamento de manchas de inundação, com diagnóstico de cada uma das residências, de empresas que possam, com o curso da água ser atingidas e colocam em ação os alertas, como a gente já está observando; já há um nível alto dos rios por conta da chuva torrencial e uma perspectiva de continuidade das chuvas torrenciais nas próximas horas e nos próximos dias, a gente já está antecipando esse alerta para que a população possa fazer a saída das localidades que têm atingimento por estas barragens. Essa barragem, a 14 de Julho, está neste momento, especialmente, preocupante. A gente pede que a população saia das suas casas”, destaca.

O gestor também afirmou que nesta quarta-feira, um helicóptero da Brigada Militar operou no Vale do Taquari e nesta quinta-feira (2), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deverá vir ao Estado. Outra medida já tomada foi a suspensão das aulas em todo o Estado.

Texto: Elisangela Favaretto
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