![Psicólogas Michelle Engers Taube e Pâmela Machado fazem parte da equipe do documentário](https://independente.com.br/wp-content/uploads//2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-30-at-12.48.48-696x471.jpeg)
Um grupo de voluntários, divididos em grupos e núcleos, com apoio de equipe audiovisual orientada pelo ator, roteirista e diretor Ismael Canepelle, saiu às ruas do Vale do Taquari em busca de retratar como a comunidade tem enfrentado a maior tragédia ambiental de sua história: a grande enchente de maio de 2024. O objetivo do documentário “A parte que fica” é o de memória social, com atenção especial à saúde mental das pessoas afetadas pelas enchentes.
As equipes estão em cidades como Lajeado, Cruzeiro do Sul, Roca Sales e Muçum em busca de conversas de forma natural, não com entrevistas formais, de modo sensível e cuidadoso. Afinal de contas, estas pessoas estão sofrendo e passando por um grande desafio em suas vidas.
Em entrevista ao Troca de Ideias, as psicólogas Pâmela Machado e Michelle Engers Taube, que atuam no projeto, destacam que em uma tragédia como esta, as vítimas não perdem apenas bens materiais; elas ficam sem suas referências, aquilo que passaram a vida inteira para construírem.
Em função disso, há uma preocupação com a saúde mental, que vem do senso de pertencimento, porque parte da história se vai junto com as águas da enchente.
Por onde recomeçar é um dos temas centrais de “A parte que fica”. Os cinegrafistas buscam captar imagens e histórias de reorganização, de uma perspectiva de reconstruir as memórias e o senso de identidade.
O material ainda não tem data para estrear, e os responsáveis dizem que vai ser um trabalho mais espaçado no tempo para conseguir compreender a magnitude deste evento climático de graves proporções.
Texto: Tiago Silva
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