Em audiência pública, RGE é pressionada por prefeitos e comunidade

Empresa revelou que mais de 30 mil pessoas estão sem energia e que não se tem um prazo para regularização do atendimento


3
Foto: Vinicius Mallmann

Ocorreu na tarde desta sexta-feira (19) uma audiência pública na sede do Ministério Público de Lajeado a fim de encaminhar soluções para a falta de energia elétrica nos municípios do Vale do Taquari. O encontro foi promovido pelo promotor de Justiça João Pedro Togni, e contou com a presença dos prefeitos de Cruzeiro do Sul, Lajeado, Santa Clara do Sul e Sério, além da Certel e da RGE, empresas que prestam o serviço na região.

No início da reunião, o promotor deu espaço para que a Certel trouxesse o cenário atualizado, com número de associados ainda sem energia. Conforme os representantes, no total 230 clientes seguem sem energia por conta de problemas específicos. Este número deve ser zerado até a noite desta sexta.

Foto: Vinicius Mallmann

Já na parte da RGE, os ânimos se exaltaram. Muitas cobranças por soluções e comunicação foram registradas. Dados repassados pelos representantes da empresa dão conta de que cerca de 10.400 clientes seguem sem o fornecimento de energia, isso representa aproximadamente 30 mil pessoas do Vale.

Conforme a empresa, 30 equipes estão atuando, sendo que mais dez estão se deslocando de Alegrete e Uruguaiana para auxiliar nos reparos durante o final de semana. Para o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, o número é insuficiente. “Estamos começando a entender por que não vemos ninguém trabalhando. Não tem equipe. Enquanto a Certel tem 50, a RGE, que tem maior área de abrangência, não tem 30”, reclamou.

De acordo com os representantes da empresa, o principal problema na região é a vegetação. “Nós precisamos evoluir nesse assunto. Temos uma questão de interferência no nosso sistema muito grande. De cada dez problemas, seis são gerados por alguma questão vegetal”, disse Cristiano Guedes da Silva, consultor de negócios da RGE.

Ao serem questionados sobre um prazo para o retorno do serviço, os representantes afirmaram que não podem estipular prazos e que também não tem autonomia para indicar pontos para deslocamento de equipe. Este trabalho é feito pela central de comando da empresa, que fica localizada em São Leopoldo.

Ao final da audiência, em entrevista à Rádio Independente, o promotor João Pedro Togni lamentou a postura da empresa no atendimento da região. “Se evoluiu muito pouco em relação à RGE. Os representantes que estiveram na audiência não têm nenhuma autonomia no poder decisório. O Ministério Público tem uma preocupação tanto em buscar uma solução para a população de reabastecimento de energia, mas também para garantir o direito à informação para que tenham condições de se organizar”, lamentou Togni.

Texto: Vinicius Mallmann
[email protected]

3 Comentários

  1. Empresa criminosa e incompetente.

    E ainda por cima têm a petulância de culpar os próprios clientes por sua própria incompetência. Como se a culpa fosse das pessoas por plantar árvores perto da fiação.

    Essa empresa precisa ser responsabilizada civil e criminalmente por sua omissão, pelos enormes prejuízos econômicos e sociais que está causando na região.

  2. RGE é uma vergonha, fazem o que querem, como, quando, e, não é punida. Falta a justiça punir essa empresa para que comecem a exercer um trabalho mais eficaz e realizar reparações preventivas, algo que não é feito. Mas isso é Brasil!
    Infelizmente nunca vai mudar!
    RGE vergonha!!!!
    Quem vai pagar pelas perdas ?!

  3. Tem que privatizar logo. Somente dessa forma o preço baixa e a qualidade dos serviços muda.

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui