Em Estrela, meio rural possui cerca de R$ 300 milhões de perdas

Segundo o presidente do STR, Rogério Heemann, 90% dos atingidos não terão sucessão rural num futuro próximo


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Foto: Marcelo Cardoso

A grande enchente do início de maio deixou destruição e um prejuízo milionário no meio rural de Estrela. De acordo com um laudo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Emater e setor de agricultura do município, a perda somente no interior está estimado em R$ 300 milhões. Atualmente a cidade possui 1.400 agricultores com o talão do produtor. Cerca de 700 famílias vivem exclusivamente da área rural, sendo que desses, 250 foram atingidos pela enchente. Segundo o presidente do STR, Rogério Heemann, 90% dos atingidos não terão sucessão rural num futuro próximo.

Os impactos nos próximos meses ainda podem aumentar para os agricultores que não terão mais criação e os lotes de frangos, não haverá mais leite vendido por falta de ordenha, além de safras perdidas. No município de Estrela, mais de 160 mil frangos se afogaram. A força da água também arrastou maquinários e o gado.


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De acordo com o presidente do sindicato, a enchente foi algo catastrófico e jamais visto na região. “Tem agricultor que não tem mais nada, literalmente saiu com a roupa do corpo. Se não fosse os voluntários ajudar nos resgates, teríamos muitas mortes no meio rural”, completa.

Ele cita como as principais perdas na área rural, a parte leiteira e frangos, onde aconteceu um prejuízo enorme. “As principais perdas foram na parte leiteira, gado de corte e frangos. Estamos numa situação crítica em Estrela. Foram levados os animais, maquinários, casas, ordenhadeiras, galpões, aviários e muito mais. Segundo um laudo do STR, Emater e setor de agricultura do município, a perda somente no interior, está em na casa de R$ 300 milhões”, conta Heemann.

Após está cheia, alguns dos produtores de Estrela não devem retornar à atividade rural no futuro. “Para muitos não sobrou absolutamente nada, devem voltar a trabalhar neste ramo apenas cerca de 10% dos agricultores. Acredito que 90% dos atingidos não terão sucessão rural num futuro próximo. Foi um filme de terror para eles e por isso não voltarão”, conclui ele.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Joel da Silva, afirmou que, mesmo sem levantamento, os produtores vão precisar de incentivos dos governos para retomarem as atividades.

Marcelo Cardoso
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