Em extinção: profissões que desapareceram ao longo dos anos

Difícil é dizer quantos postos de trabalho estão em vias de encerramento


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Foto: Nícolas Horn

As pessoas mais antigas lembram dos rigorosos cursos de datilografia. Duravam meses. E, para alcançar o diploma cobiçado, os alunos passavam por exame sério. Não era possível colar, não era possível embromar. Cada um dos dedos devia saber de cor a posição das letras que lhes cabia alcançar: o bom datilógrafo escrevia sem olhar para o teclado. Os professores de datilografia gozavam de um respeito temeroso. Não davam colher de chá. Fiscalizavam com zelo os exercícios e com zelo acompanhavam a prova no final do curso.

Pois é. Em que pesem suas virtudes, os professores de datilografia desapareceram. A profissão não existe mais. Hoje em dia, os bebês nascem sabendo digitar. Ninguém mais precisa aprender isso.

Além dos professores de datilografia, outros profissionais sumiram. É o caso de telefonistas. Também, daqueles que se ocupavam dos cavalos para puxar charretes ou para servir de montaria aos viajantes. Que fim terão levado?

Esses são alguns exemplos de profissões extintas. Difícil é dizer quantos postos de trabalho estão em vias de encerramento. Por exemplo: os empregados domésticos e os funcionários de bancos já foram bem mais numerosos. Os motoristas de caminhão, por sua vez, estão botando de molho as barbas. A toda hora vêm notícias dos veículos que dispensam condutor. Também os que manejam máquinas agrícolas temem novidades. Drones já conseguem teleguiar colheitadeiras e que tais. Os profissionais que fazem consertos em relógios se preocupam com os pulsos nus de homens e mulheres. Cada vez menos gente usa relógio.

De todas as profissões as que mais prosperam são aquelas voltadas para adestrar máquinas. Mas, ai dessas profissões!
Chegará o dia em que – como ingratos filhos – as mesmas máquinas programadas vão dispensar as pessoas que as programaram. Você vai ver!

Há certos nichos profissionais que parecem preservados, todavia. Um exemplo é o dos especialistas em saúde mental. Para essa gente que ajuda a cuidar da cuca, não me admira que a demanda até aumente. Se todo mundo anda emparceirado com robôs e com tecnologias, é claro que as avarias de alma haverão de dar o troco. Mais dia menos dia, o troco vem. As lacunas de presença humana, de consolo e de aconchego vão disparar – pode apostar aí.

Por isso mesmo, ouso arriscar que a desestimada profissão de educador há de conhecer melhores dias. Não acredito que as máquinas serão bastantes. Em algum momento, as crianças vão precisar de ajuda para compreender a vida, para desenvolver sentidos e para mirar propósitos. As máquinas só sabem despejar dados.

Foi bem nessa direção que pensou Yeats, o poeta inglês. Ele intuiu que a educação não poderia ser deixada para as máquinas. Em linguagem de artista, ele fez uma definição genial: “Educar não é encher um balde. Educar é acender um fogo”.

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