Em reunião-almoço, palestrante destaca que não existe fórmula para a sucessão familiar nas empresas, mas tem método

Atividade ocorreu nesta quarta-feira (3) no salão de eventos da entidade


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Foto: Elisangela Favaretto

A Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e o Fórum dos Jovens Empreendedores (FJE) da Acil promoveram nesta quarta-feira (3) a reunião-almoço (RA) com o sócio da Solved Consultoria, Rafael Homem de Carvalho, que abordou o tema “O amanhã: as armadilhas da sucessão familiar”. A programação foi realizada no salão de eventos da entidade.

Carvalho destacou que cerca 65% do PIB do Brasil é oriundo de empresas familiares; 75% da geração de empregos vem de empresa familiar, mas somente 12% conseguem transferir a gestão para os netos.

O palestrante trouxe mais informações sobre o cenário brasileiro. “Hoje se estima que em torno de 80% a quase 90% das empresas estejam sob administração familiar. Isso não significa que todas estas tenham pessoas da família trabalhando na empresa, mas a grande maior parte, sim. O que se considera como empresa familiar é uma família proprietária de um negócio. Hoje, no Brasil, a maior parte das empresas, principalmente as pequenas e médias, estão sob uma administração familiar”, comenta.

Foto: Elisangela Favaretto

Carvalho observou que um plano de sucessão garante a continuidade. Além disso, visa de maneira estruturada e organizada garantir quem deverá comandar os negócios e dar as diretrizes para os próximos anos, mas para isso é importante capacitar os herdeiros para fazer a gestão do patrimônio.

O palestrante relatou alguns dos desafios para as empresas familiares, que são o de conciliar crescimento dos negócios com crescimento familiar; conciliar os interesses coletivos com as expectativas individuais de todos os envolvidos; educar os herdeiros para o papel de sócios; profissionalizar a família na mesma velocidade de profissionalização dos negócios e prover liquidez aos sócios.

Entre as soluções citadas por Carvalho estão o acordo de sócios para organizar o patrimônio; protocolo familiar para formalizar regras e normas entre familiares e empresas para saber como se relacionar com o negócio; governança para garantir que temas societários, estratégicos e operacionais sejam tratados no seu devido lugar e sustentabilidade empresarial com as pessoas certas nos lugares certos para que gerem valor com entregas de excelência.

Na explanação, o palestrante também observou que não tem fórmula para a sucessão familiar. “Para que o processo de sucessão ocorra é importante conscientizar-se das necessidades e saber que esse processo não vai se dar de uma maneira natural, por si só, tem que ter gente que assuma a responsabilidade de tocar isso para frente. Não tem fórmula para a sucessão, mas existe um método. Quando falamos de empresas e negócios temos que trabalhar em cima de método, porque o método permite sair do empirismo, da opinião, do achismo e ir para algo técnico, estruturado, com método e processo. Hoje os processos de sucessão nas empresas, os que têm dado resultado, são os que seguiram um método de processo, não mais com viés psicológico, sentimental, mas um viés racional, técnico”, declara. “Na medida que a família e um negócio vão se tornando mais complexo, começa a se tornar mais difícil gerir e comandar essa engrenagem e aí é preciso criar alguns freios específicos para tratar de determinados temas e garantir mais agilidade e velocidade para os processos decisórios, tanto para a família, como para os sócios, como para a empresa”.

Joni Zagonel, presidente da Acil (Foto: Elisangela Favaretto)

Esta foi a primeira reunião-almoço comandada pela nova gestão. Em sua saudação, o presidente da Acil, Joni Zagonel, destacou a missão da entidade de promover eventos que objetivem a capacitação dos empresários do Vale do Taquari.

“Nossa gestão quer, cada vez mais, buscar a aproximação com os associados. Esta reunião-almoço é uma oportunidade fantástica de aproximar a entidade dos empresários associados. Devemos cada vez mais valorizar esses momentos de conexão, estar próximos, discutindo temas que façam sentido para nós e para os nossos negócios”, destacou.

Texto e fotos: Elisangela Favaretto
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