Estudos apontam que Bacia do Rio Taquari está propícia a chuvas mais intensas pelos próximos 50 anos

Promotor Sérgio Diefenbach explicou que além das enchentes, deslizamentos passam a preocupar o Vale do Taquari


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Sergio Diefenbach (Foto: Fernanda Kochhann)

Uma revisão dos planos diretores dos municípios do Vale do Taquari deverá ser uma das prioridades dos próximos anos. O entendimento é do Promotor Sérgio Diefenbach, depois de mais um evento climático trágico na região. Ele afirmou que há embasamento técnico indicando que o Rio Taquari está inserido em uma bacia hidrológica propícia a chuvas mais intensas pelos próximos 50 anos. Isto está trazendo, além das enchentes, deslizamentos em encostas de morros.

Diefenbach relatou que foram mantidos contatos com técnicos da URFGS, do Instituto de Pesquisas Hidrológicas, com técnicos da Univates, e de outros pontos do Brasil “As mudanças de clima, com ar quente vindo da Amazônia, com ar frio vindo do Polo Sul, com ondas vindas do mar, elas estão confluindo e exatamente o topo da bacia do Rio Taquari é um local que será pelos próximos 50 anos, muito propício a chuvas mais intensas. Por consequência, a vasão dos nossos rios está prevista que aumente”, considerou.

O promotor reforçou que a informação técnica não sinalizou um bom prognóstico. Desta forma, é essencial afastar as pessoas dos rios e das encostas. E o plano diretor dos municípios será fundamental para regrar a proibição de ocupação de algumas áreas. Diefenbach ressaltou que dezenas de locais de deslizamento foram registrados neste episódio climático no Vale do Taquari. E existem muitas construções nessas áreas. A experiência de outros municípios do País diz que deslizamentos são mais difíceis de prever do que as cheias.

“Nós vamos precisar de agora em diante as formas como estamos ocupando os espaços nas cidades. Há uma enorme faixa atingida em que nós vamos ter que, infelizmente comunicar a população que não será possível construir, que não será possível habitar, que não será possível ter a piscina na beira do rio, que não será possível ter a chácara encostada no barranco, que não será possível construir um comércio sobre o rio, nós não poderemos ocupar com loteamentos áreas alagáveis”, citou.

O promotor ainda criticou a lentidão do Estado em fazer investimentos para a melhora da qualidade dos equipamentos que gerem informações e previsões mais assertivas. “Não adianta tanto nós sabermos que a água está na cota 29 ou que ela está na 28, nós precisamos de antecedência na informação”. Se compõe série de componentes técnicos como quantidade da chuva, localização da chuva e vazão dos rios. É necessário investimento do Estado ou dos municípios juntos para que essas informações sejam qualificadas.

Texto: Gilson Lussani
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