Governo do RS projeta lançar licitação e realizar o leilão de rodovias do Vale do Taquari no segundo semestre

Segundo o secretário de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, o governo gaúcho "está focado em fazer novas concessões, e o Bloco 2 é um dos mais esperados"


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Tecnologia free flow, como a instalada em Antônio Prado, permitirá circulação mais fluída nas rodovias concedidas do Vale do Taquari (Foto: Gustavo Mansur/Secom)

O Governo do RS projeta para o segundo semestre deste ano lançar a licitação e realizar o leilão para a concessão de rodovias do Bloco 2. É neste bloco que encontram-se trechos de rodovias do Vale do Taquari que podem passar à administração privada. São elas as ERSs 128, 129 e 130 e a RSC-453.

O processo e a modelagem foram lançados em 2021. No entanto, lideranças do Vale do Taquari ficaram insatisfeitas com o cronograma de obras e a posição dos pedágios, que dividiram comunidades. E defenderam como alternativa o free flow, modelo com livre passagem e cobrança eletrônica de pedágios. Até que esse impasse fosse sanado, a concessão não avançou.

Com a mudança de entendimento do Governo do RS, adaptações no projeto e a inclusão do free flow, agora, em 2024, a concessão promete sair do papel.

De acordo com o secretário de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, o governo gaúcho “está focado em fazer novas concessões, e o Bloco 2 é um dos mais esperados”.

No final do ano passado, o BNDES — parceiro estruturador do projeto — entregou a primeira versão dos estudos de demanda, que foram refeitos para implantar o free flow. No momento, as equipes da secretaria estão analisando o trabalho para definir os locais onde serão instalados os pórticos de cobrança automática de pedágio. Os técnicos também estão revisando a situação das rodovias e a necessidade de novas obras para os 30 anos de concessão, conforme pedido por lideranças e pela comunidade do Vale do Taquari.

“O trecho entre Lajeado e Arroio do Meio, principalmente, tem muitos pedidos para obras. Então, estamos olhando com muito cuidado e muita responsabilidade”, afirma o secretário. De acordo com ele, o primeiro semestre será destinado à checagem dos dados para estabelecer a melhor localização dos pórticos “para ter uma cobrança mais justa aos motoristas, para que eles paguem proporcionalmente ao trecho”.

“Estamos muito otimistas, principalmente com o início da operação do free flow nas rodovias da Serra, em Antônio Prado. Isso vai dando mais segurança com a operação do modelo”, destaca. “Começar com o free flow testado e rodando é melhor para todos”, entende.

Secretário Pedro Capeluppi

Capeluppi afirma que o objetivo da concessão não é cobrar pedágio, e sim fazer obras e elevar a qualidade da mobilidade urbana e dos serviços prestados nas rodovias.

“A ideia é distribuir esses pórticos de uma maneira que todos paguem de maneira proporcional e evitem disputas entre regiões para retirar uma praça de cobrança de determinado município”, destaca. Essa foi uma das principais reclamações em municípios como Encantado, Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul: a divisão de comunidades ao meio pelas praças físicas de pedágio. O problema não existiria com os pórticos.

Antes de lançar a licitação e realizar o leilão, o Governo do RS vai abrir espaço para consulta pública e realizar uma série de audiências com lideranças regionais e comunitárias para explicar como será a concessão, como vai funcionar o free flow e apresentar quais as obras previstas. Serão pelo menos 90 dias de intervalo entre a finalização do plano de concessão e a realização do leilão.

Equilibrar os custos com o valor da tarifa é um desafio. “Essa relação tem que ser algo bastante discutido porque é muito importante para a população. Esse equilíbrio é muito importante para que a tarifa de pedágio possa ser paga pelos motoristas sem comprometer a renda de quem utiliza a concessão. Esse é um trabalho de ajuste fino que precisa ser feito, para que todos saiam satisfeitos e que a nossa economia local possa ser incentivada e aumentar a competitividade de uma região que já é economicamente muito importante para o Estado”, reconhece.

Os trechos do Bloco 2 no Vale do Taquari

  • ERS-130, do km 69,19 ao km 97,27
  • ERS-129, do km km 67,55 ao km 163,34
  • RSC-453, do km 0 ao km 29,83 e do km 37,97 ao km 96,18
  • ERS-128, do km 13,89 ao km 30,27

O bloco ainda tem ERS-135, ERS-324 e BR-470, que conectam Nova Prata, situada no Alto Taquari, à cidade de Erechim.

Ao todo, estão previstas duplicações de 282,7 km de rodovias e 11,67 km de faixas adicionais unilaterais, 173 dispositivos de interseções, 34,12 km de marginais, entre outras obras de melhoria, que totalizarão investimentos de R$ 4,12 bilhões.

Como funciona o free flow

  • O sistema free flow substitui as convencionais praças de pedágio e permite uma viagem sem paradas ou diminuição de velocidade próximo aos locais de cobrança.
  • Funciona por meio de pórticos com tecnologia que identificam, classificam os veículos e cobram a tarifa eletronicamente, conforme o tipo e o número de eixos.
  • Há duas maneiras de funcionamento: uma pela leitura de uma TAG previamente instalada no para-brisa; outra pela leitura da placa dos veículos. No primeiro caso, a passagem será cobrada direto na fatura da operadora de TAG.
  • O sistema eletrônico traz ao cliente da rodovia conforto, fluidez de tráfego e economia.

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