Impacto de decretos estaduais pode motivar racionamento de alimentos, segundo presidente da Federasul

Rodrigo Sousa Costa afirma que risco de “convulsão social” é iminente com a possível extinção de segmentos produtivos


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Foto: Federasul/divulgação

Decretos baixados pelo Governo do Estado preocupam entidades empresariais que projetam uma “convulsão social” com o aumento de impostos e a possível extinção de segmentos produtivos. O entendimento é que haverá uma redução sensível no consumo, o que pode provocar o racionamento de comida por parte das famílias. O presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa, concedeu entrevista ao programa Panorama desta terça-feira (6) e relatou a mobilização pela retirada das medidas, que estão previstas para entrarem em vigor no dia 1º de abril.

Os decretos preveem muitas alterações, principalmente na área de alimentação. Haverá a mudança no índice de ICMS de diversos produtos que integram a cesta básica, como pão, arroz, feijão, carne, hortaliças, frutas e verduras. Costa explicou que o pão francês, por exemplo, perderá a isenção de imposto e passará para o índice de 17%. O impacto nas carnes de aves e suínos também preocupa, com a elevação do índice de 7% para 12%. O presidente da Federasul acredita que estes segmentos ficarão praticamente inviáveis e podem ser extintos no estado.

“É um risco muito grande até de convulsão social, porque a gente pensa o que farão pais e mães de famílias, de pequenos agricultores, quando enxergarem, meu aviário eu não tenho mais pra quem produzir, pra quem vender, pra quem integrar”, lamentou. Isso porque o custo de produção será maior e a pequena propriedade não será mais viável. “As pessoas vão ter que racionar comida na família, vão ter que diminuir a capacidade de consumo porque não tem renda, isso é muito agressivo”, complementou o presidente da Federasul.

Para uniformizar as ações a serem tomadas, será realizada nesta quarta-feira (7) uma reunião com entidades de classes. O objetivo é levar propostas ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa, em encontro no dia 21 de fevereiro. A ideia é sensibilizar o governador Eduardo Leite a retirar os decretos que, segundo o presidente da Federasul, são unilaterais e arbitrários, considerados uma “verdadeira violência contra toda a sociedade gaúcha”.

Texto: Gilson Lussani
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