O influenciador digital é um profissional dos novos tempos. Ele atua nas redes sociais, divulgando produtos, incentivando comportamentos ou, simplesmente, divertindo os seus seguidores.
A profissão é nova em termos. Sempre houve gente famosa sendo contratada para fazer propaganda: os astros do cinema, os jogadores de futebol, as beldades. A novidade é que agora qualquer um pode se tornar um influenciador. Qualquer um… bom, desde que seja suficientemente comunicativo e habilidoso.
O mais frequente é o influenciador associar seu nome com algum nicho de mercado e se dedicar a influir sobre as decisões de compra dos seus seguidores. Quando tudo dá certo, o retorno é fabuloso e vem em forma de produtos, de viagens ou de dinheiro mesmo. Não é por nada que dos 3,1 mil jovens ouvidos em recente pesquisa, 47% sonham com a carreira de influenciador.
A maior dificuldade é conquistar seguidores. Será preciso destacar-se em meio a uma concorrência brutal. Os mega-influenciadores têm milhões de seguidores. Veja-se o caso do jogador Cristiano Ronaldo, o CR7, do Manchester United. Ele tem 413 milhões de seguidores. Pensa bem, tem um número de seguidores próximo ao dobro da população do Brasil! É fácil de imaginar o que aconteceria com uma marca de ração para cães, por exemplo, se o craque resolvesse falar bem a respeito…
A nova profissão tem seus desafios como todas as outras. Pede esforço e dedicação, seja para o sujeito se tornar conhecido, seja para manter a confiança dos seguidores. Mas, como há influenciador para todas as situações, muito lugar existe ainda para ocupar. Tudo indica que o papel dos influenciadores vai continuar em expansão, nesta sociedade tão dinâmica em que vivemos.
Tudo está bem, mas… Mas não deixa de ser intrigante que a gente precise buscar a segurança da opinião alheia para tanta coisa. Sem consultar alguém, parece difícil decidir, achar a direção, saber o que é bonito e o que não é.
É interessante pensar que a batalha de uma geração inteira correu na direção de se desvencilhar dos comandos de governos autoritários, de doutrinas religiosas e de uma educação limitadora. Pensava-se que o novo horizonte seria a liberdade de seguir o próprio nariz. Mas a geração seguinte, exatamente aquela que cresceu com menos direcionamentos, corre para os braços dos influenciadores.
E hoje, numa espécie de servidão voluntária, esperamos que os influenciadores nos mostrem o que comprar, o que comer, o que vestir. Talvez, também o que pensar.
Provavelmente agora soam como cafonice as palavras de Nelson Mandela, no filme que fala da sua vida:
“Eu sou o dono do meu rumo.
Eu sou o comandante de minh’alma.”
Por Ivete Kist, professora