![Paulo José Barbosa de Souza é consultor e especialista em gestão de risco de desastres da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Foto: Tiago Silva)](https://independente.com.br/wp-content/uploads//2024/03/WhatsApp-Image-2024-03-25-at-17.59.25-696x522.jpeg)
Após as enchentes de setembro e novembro de 2023, o Vale do Taquari se movimenta para qualificar as suas respostas aos desastres naturais. Com esse propósito, Lajeado inicia um trabalho de aprofundamento de protocolos para cada tipo de cenário e nível de cheia do Rio Taquari, uma sistemática que pretender ser difundida, treinada e revalidada com exercícios práticos.
Para isso, o município conta com o auxílio de profissionais referências, como o consultor em gestão de risco e desastres Paulo José Barbosa de Souza, da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, sigla em inglês).
“Nós pedimos o apoio a um colega de longa data, onde nós queremos acertar os protocolos de gestão e salvamento, protocolos com as entidades civis, esses procedimentos que são feitos no mundo inteiro e estão dando certo. Eu acredito que vão melhorar muito as nossas ações em eventos adversos”, acredita o secretário de Segurança Pública de Lajeado, Paulo Locatelli. “A ideia é pegar as boas práticas e divulgar para todas as cidades que têm esses eventos adversos que são as enchentes”, ressalta.
Nesta terça (26) e quarta-feira (27), o Parque Histórico de Lajeado recebe dois dias intensos de discussões para aprofundar esse trabalho. Devem participar o coordenador regional de Defesa Civil, Claiton Marmitt, o promotor de Justiça Sérgio Diefenbach, a vice-prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher, secretários municipais, representantes dos bombeiros, da Junta Militar e do Departamento de Trânsito, entre outras autoridades. “Queremos reunir o grupo e traçar procedimentos para atuar mais forte e melhor”, afirma Locatelli.
“A nossa proposta é trabalhar protocolos de resposta, onde você pega todas as agências de resposta e trabalha em conjunto. Cada um sabe o que cada um faz, o momento de acionamento, quem participa para não ter retrabalho ou superdimencionamento de recursos, que pode atrapalhar no resultado final”, afirma Paulo José Barbosa de Souza.
![](https://independente.com.br/wp-content/uploads//2024/03/WhatsApp-Image-2024-03-25-at-17.59.24-1024x768.jpeg)
De acordo com ele, serão trabalhados padrões internacionais de assistência e resposta aos desastres naturais entre agências, órgãos governamentais, civis e voluntários. O foco está numa resposta célere e ordenada. “Tudo o que vai ser feito em Lajeado, vai ser repassado para a região. Não é só para Lajeado. Lajeado começou com a iniciativa de nos chamar e solicitar apoio”, explica.
O consultor diz que, nesta semana, a conversa será com as pessoas e profissionais que vão colocar os protocolos em prática, e em abril, mais de 20 agências vão trabalhar intensamente durante uma semana o aprofundamento desses passos.
Entre os temas estão busca e salvamento, localização em meio aos desastres, o trabalho de resgate com animais, gestão de abrigos. “De acordo com o desastre, tem um modus operandi do que pode ocorrer e como agir”, reforça o especialista da Usaid, perita em assistência humanitária.
Outro objetivo, conforme explica o consultor, é trabalhar com a Univates o desenvolvimento da percepção de risco em nível de universidade e, a partir dali, repassar o conhecimento para os demais níveis de ensino. “O ponto final de todo esse trabalho, o beneficiário maior é a comunidade”, destaca. “Ela tem que saber como agir, o que vai acontecer e quem procurar em determinada situação”, sustenta.