Lajeado vai construir um centro integrado de prevenção contra desastres naturais no Parque do Imigrante

Projeto será em parceria com a Acil e está em fase inicial. Há também a possibilidade de que o centro seja regional. “Essa construção sai o ano que vem”, afirma Marcelo Caumo


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Hoje a Defesa Civil funciona em uma casa dentro do Parque do Imigrante (Foto: Ricardo Sander)

Lajeado vai construir um centro integrado de prevenção contra desastres naturais. O prédio será no Parque do Imigrante, e faz parte de um projeto mais amplo de qualificar a Defesa Civil para fazer frente às enchentes do Rio Taquari. “Nós vamos construir um centro para Lajeado. Ficou nítido que a casa da Defesa Civil ali no Parque do Imigrante não tem estrutura necessária para executar um trabalho estratégico nesses momentos de crise”, reconheceu o prefeito Marcelo Caumo em entrevista à Rádio Independente nesta sexta-feira (22).

Em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), a ideia é remodelar a guarita e a parte de entrada do parque, para que possa ser edificado o prédio de dois andares que receberá uma Defesa Civil remodelada e ampliada, com mais estrutura e pessoal. “Um amplo espaço, completamente adequado”, destaca o prefeito, que deixa em aberto a possibilidade de fazer um centro regional de monitoramento, alertas e mitigação. Para isso, teria que se construir um alinhamento com as cidades vizinhas. “Se for uma estrutura regional, será mais ampla. Se for do município, é um pouco mais simples”, adianta.

A ideia é incipiente. Ainda está em fase inicial de análises para a elaboração do projeto arquitetônico, e não há uma estimativa de orçamento. “Essa construção sai o ano que vem, mas agora, o mês não dá para definir”, Marcelo Caumo destaca.

Segundo ele, a necessidade ficou ainda mais evidente durante a enchente de setembro, quando houve falhas, como ter ficado sem comunicação. O gestor compara com Blumenau, por exemplo — para onde uma comitiva do Vale do Taquari viajou no começo dessa semana para conhecer o modelo de atuação deles no enfrentamento das enchentes, enxurradas e deslizamentos. A cidade catarinense utiliza o sistema via rádio em suas comunicações.

Lajeado recebeu, recentemente, uma equipe especializada em desastres naturais. O objetivo foi entender como o município atua nessa área para atualizar os protocolos e melhorar a articulação interna. Para isso, foram ouvidos pessoas, setores e órgãos diretamente ligados à prevenção e mitigação contra enchentes. “Estamos trabalhando em diversos protocolos, mais precisos e detalhados, aproximando da realidade de Blumenau”, Caumo detalha. “Nós estamos fazendo os nossos trabalhos, puxando a frente em diversas situações”, afirma.

Secretaria descartada

O prefeito de Lajeado descarta alçar a Defesa Civil à condição de secretaria municipal, como funciona em Blumenau. “Entendemos que a estrutura vinculada à Secretaria de Segurança Pública cumpre seu objetivo, e até o ano que vem, com certeza, não se cria uma secretaria”, adianta ele, sobre seu último ano do segundo mandato como prefeito.

Alternativas para redução de danos

Por solicitação da Prefeitura de Lajeado, foram abertas as comportas da Barragem Eclusa de Bom Retiro do Sul na tarde de quarta-feira (22). Elas devem ficar abertas até este sábado (23). Com o nível do Taquari mais baixo, a ideia é fazer uma análise das encostas após as enchentes de setembro e dezembro.

Lajeado vai insistir na dragagem do rio para desassoreá-lo. Em períodos críticos, a prefeitura entende como vital o sincronismo na abertura das comportas com a previsão mais acurada do volume das chuvas em toda a bacia do Taquari-Antas.

Caumo defende que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) faça a dragagem, ou então que seja permitido que a iniciativa privada realize. “Eu defendo que o privado faça e que esse material extraído possa ser usado na construção”, explica. “O alinhamento dessa estratégia é muito importante para que ela possa ser concretizada”, diz.

Texto: Tiago Silva
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