Mais 60 mil pessoas de 11 municípios do Vale do Taquari foram atingidas pela enchente, aponta estudo da UFRGS

Estrela foi a segunda cidade do estado e maior percentual populacional afetada, com 46,5%; Foram quase 30 mil domicílios afetados


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(Foto: Divulgação)

Mais de 60 mil pessoas de 11 municípios do Vale do Taquari foram atingidas na enchente de abril e maio de 2024, segundo estudo da Universidade Federal do Rio Grande de Sul (UFRGS), divulgado nesta sexta-feira (10). Os dados foram obtidos a partir de imagem de satélite do sensor Sentinel-2 do dia 6 de maio de 2024. Em relação ao Vale do Taquari, há uma distância de quatro dias na comparação ao pico de 33,35m do Rio Taquari (ainda extraoficial), alcançado no dia 2 de maio. O estudo contempla apenas 11 municípios, não compreendendo a totalidade dos afetados.

Segundo o estudo, 60.776 pessoas foram atingidas pelas águas. Lajeado puxa a frente com 20.002 pessoas (21,4% da população), seguido de Estrela com 14.958 moradores, Arroio do Meio com 7.311 e Encantado (6.223). Ainda aparecem na lista Cruzeiro do Sul (2.495), Taquari (2.122), Muçum (1.551), Bom Retiro do Sul (1.088), Marques de Souza (834) e Colinas (460). Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, também teve 2.253 pessoas de 1.356 domicílios foram atingidas.

Em termos de percentual de pessoas atingidas de acordo com a população do município, Estrela aparece em primeiro lugar na região, com 46,5% da sua população afetada e em segundo lugar no estado, ficando arás apenas de Eldorado do Sul, que teve 80% da sua população atingida no Rio Jacuí. No Vale do Taquari, Roca Sales teve 34,8% da sua população afetada e Arroio do Meio 33,3%.

O estudo da UFRGS aponta ainda que o número de domicílios afetados nesses 11 municípios foi de 29.577. Lajeado também está à frente com 10.580 imóvel.

Confira os número do estudo da UFRGS, no repositório de informações geográficas para suporte à decisão.

Saiba como foi feito estudo

No estudo, foram classificadas as áreas inundadas e cobertas por lama da região da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba para obter a área diretamente afetada. O resultado foi ajustado manualmente.

A partir disso, essa mancha foi cruzada com dados do Censo IBGE 2022 para estimar população e domicílios afetados; dados do MapBiomas para estimativa de áreas urbanas afetadas; dados de prédios do Google e altura de prédios da GHSL-H (JRC Comissão Europeia) para estimativa de número de edifícios afetados e área construída afetada; com dados do Open Street Maps para estimativa de vias afetadas.
Este repositório foi desenvolvido por diversos setores da UFRGS e oferece modelos de previsão de elevação do nível d’água, mapeamento de áreas afetadas pelas inundações e produção de informações críticas no enfrentamento da crise das cheias de maio de 2024 no Rio Grande do Sul.

Texto: Ricardo Sander
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