Médica explica quais os sinais de esquecimentos podem indicar Alzheimer

Geriatra ainda falou sobre as causas da doença, os primeiros sintomas e as formas de prevenção


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Maíra Scheibler (Foto: Gilson Lussani)

O mês passado foi marcado pela campanha Fevereiro Roxo, para conscientizar a população sobre Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia. As três doenças são incuráveis. Uma delas gera muita preocupação e se trata de um transtorno neurodegenerativo, que é progressivo e se manifesta pela perda cognitiva e da memória: o Alzheimer. Os sintomas também provocam alterações de comportamento. A geriatra Maíra Scheibler, da equipe do Hospital São José, de Arroio do Meio, integrante da Rede de Saúde da Divina Providência, concedeu entrevista ao programa Panorama desta quinta-feira (7) e falou sobre as causas, os primeiros sintomas e as formas de prevenção. Ainda fez considerações sobre quando os esquecimentos podem indicar a doença.

A falta de atenção ou a dificuldade de aprender coisas novas são naturais do processo de envelhecimento. “Não necessariamente pelo fato de estar tendo alguns episódios de esquecimento, que vá fazer com que você vá ter um diagnóstico de Doença de Alzheimer, uma demência propriamente”, explicou a médica. Esquecer algum produto que queria comprar no mercado ou o assunto que queria falar com outra pessoa, por exemplo, não são sinais efetivos da manifestação da doença.

No entanto, esquecer nomes de pessoas próximas, guardar objetos no lugar errado, esquecer a panela no fogão, ter maior agitação ou agressividade, podem ser sinais que algo mais grave está acontecendo. A repetição de perguntas na mesma conversa (perda da memória recente) podem indicar algum tipo de demência.

Nesses casos, é importante observar o histórico familiar, pois quando houve um diagnóstico de Alzheimer muito cedo (com até 40 anos), o risco do filho ter a doença é maior. Ainda é importante observar comorbidades, pois pressão alta, obesidade ou diabetes, podem ser um fator de risco. O tabagismo e o alcoolismo também podem aumentar a possibilidade de contrair a doença.

Maíra Scheibler lembrou que a prevenção pode ser feita com uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, bem como o estímulo da parte mental. O controle das outras doenças também é importante. O Alzheimer não tem cura, mas ao ser feito o diagnóstico há a possibilidade da melhora dos sintomas com o uso de medicamentos. A geriatra lembrou que existem mais de 100 estudos em andamento buscando a cura. “Acho que a gente está bem próximo de conseguir uma medicação nesse sentido, mas ainda não temos uma medicação efetiva”, finalizou a médica.

Texto: Gilson Lussani
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